terça-feira, 21 de setembro de 2010

Charger R/T 1976 Branco Valencia

                      Logo após ter vendido o Charger LS comecei a caçada atrás de outro Dodge, fato que na época não era nenhuma façanha. Existiam tantos anúncios de Dodge nos jornais que era mais fácil e rápido procurar por eles direto nos revendedores de carros usados, então cemecei a pegar onibus e ir direto na fonte (Porto Alegre). Escolhia um dia da semana e passava perambulando pelas ruas onde sabia que existiam vários revendedores (picaretas) de automóveis usados, e logo encontrava o que queria.
                       Várias vezes eu era visto por conterrâneos meus em Porto Alegre, eles, sem falar comigo, sabiam o que eu estava fazendo lá, porque eu só ia aquela cidade para um fim: Dodge 
SUSPENSÃO BEM REBAIXADA NA DIANTEIRA, ERA UMA MANIA FEIA COMUM NA ÉPOCA. FOTO TIRADA EM FRENTE A  CASA DOS MEUS PAIS


                     Era uma época de tanta fartura de Dodge que eu refugava um automóvel por qualquer coisa. Bem diferente de hoje em dia que eu vejo na internet as pessoas comprando carros totalmente destruídos, reformando e colocando em museu. Outra coisa que se vê muito hoje em dia é cara dizendo que tem Dodge todo original, estado de novo "com tantos mil quilometros"originais, mas na verdade muito pouco de original tem. Quem tinha dinheiro para comprar um dodge 0K geralmente não era para deixar na garagem de casa, a pessoa viajava e muito. É o mesmo que hoje em dia o cara comprar um Ômega Australiano ou outro carro de luxo qualquer e não viajar, até pode mas é difícil. Tem muita pouca gente que sabe o que é originalidade em Dodge, até existe mas é raro. Outra coisa é a tal da placa preta, já vi carros por aí que nem placas poderiam ter mais e tem a tal placa. Muito cuidado ao comprar um carro com placa preta, tu podes estar pagando um preço que o carro não vale. Tenho um conselho que sempre dou para quem quer comprar um carro antigo, "PROCURE ALGUÉM QUE REALMENTE ENTENDA DA MARCA DE CARRO QUE DESEJA COMPRAR E LEVE JUNTO".

NESTA FOTO ESTA MEU PAI, SR INÁCIO, RELAXANDO EM FRENTE A CASA DA PRAIA DE CAPÃO DA CANOA 
  
 
                    Falando em praia, foi nesta fase da minha vida que comecei a passar quase três meses de férias em Capão da Canoa, antes ia só em janeiro ou fevereiro.
                    Foi uma fonte de muitas amizades que recordo até hoje. Eu e alguns amigos íamos quase todas as noites a praia de  Atlântida, é que lá haviam duas discotecas famosas  naquela época. Não andava muito com o carro porque não tinha muito dinheiro para a gasolina, geralmente chegava nos lugares e estacionava o carro. A fase da fartura vai ser contada em uma próxima postagem onde eu gastava mais ou menos um tanque de gasolina a cada dois ou tres dias, mas isto fica para ser contado mais a diante. Foi um periodo que quase não fui a beira mar, chegava em casa de madrugada, 5 ou 6 da manhã, dormia o dia inteiro e saia as 9 ou 10 da noite.   


                    No dia 08 de janeiro de 1982 encontrei este Charger R/T parado em frente a uma empresa com um anúncio de vende-se no vidro, não lembro mais o nome da rua nem o bairro, só sei que o dono do carro tinha uma empresa empacotadora de carvão. 
                     Entrei na empresa falei com o dono e fomos olhar o carro, era bem inteiro, tinha ar condicionado e direção hidráulica, mas era outro que tinha as faixas laterais do 77 e era um 76. Como  o modelo de 1977 não tinha nada de diferente externamente ao do ano de 1976, acho que vários proprietários mudavam as faixas para atualizar seus carros. As diferenças eram somente internamente, como por exemplo o grafismo e o sistema de iluminação do painel de instrumentos. Também teve mudanças no sistema de freios, com o servo freio (hidrovácuo) de diâmetro bem maior, juntamente com o cilindro mestre do freio e o cabo primário do freio de mão.
                    Uma coisa que não precisava ter preocupação na época, na hora da compra, era quanto ao estado do motor, caixa e diferencial. Porque os Dodges como todo mundo sabe, tem um motor quase indestrutível, é quase um tanque. De todos os Dodge que tive nunca reformei o motor de nenhum. As reformas de motores só começaram alguns anos depois, quando eu comecei a reformar carros de clientes por completo.
                     Resumindo, voltei de Dodge para casa.
FOTO TIRADA EM FRENTE A CASA DOS MEUS PAIS, PALCO DE INCONTÁVEIS FOTOS E ENCONTROS COM AMIGOS.
                          Certa vez fomos eu e meu amigo Ganso com este carro a Novo Hamburgo assistir ao show do "camisa de venus", fizemos um espetáculo de rolinho tão grande na frente do clube, que tinha mais gente nos assistindo do lado de fora que dentro do clube. Na volta viemos fazendo um pega com um Maverick V8, de Novo Hamburgo até Taquara. Foi uma fase muito boa da minha vida, não tinha preocupação alguma com nada, só trabalhava para pagar o divertimento. Morar na casa dos pais é o paraiso que muitos jovens não se dão conta que vivem.
                         Na próxima semana vou narrar a história do meu primeiro Chevrolet Veraneio, o meu quinto carro. 

13 comentários:

  1. Pena que eu não cheguei antes para poder dar uma bandas contigo nesse Charger R/T, mas tenho certeza que tu aproveitou ele por nós dois!!!!!

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  2. TUDINHO VERDADE! MUITO JOIA ESTA FASE DA VIDA! EU LEMBRO QUE QUERIA TOMAR SORVETE NO CENTRO DE CAPAO E NAO TINHA CHANCE! O CUTI IA PRA PRAIA COM SEDE DE AVENTURA. LEVAVA 1 CALÇA BRIM CORINGA E 2 CAMISETAS PQUE NAO USAVA BERMUDAS! MUITO BACANA ESTA FASE.

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  3. Oi Nani, era bom , nem gosto de me lembrar. Mas eu sempre te levei para um sorvete. Beijos

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  4. sim sim! eu era uma sarna nos teus pes! hihihihhi! bons tempos! bjss

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  5. que fotos hein!!! fiquei alguns dias sem ler o blog e agora encontro essa maravilha! o tempo passa muito rápido mesmo!

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  6. S E N S A C I O N A L.. pooo e o, que historias, que familia, obrigada meu Deus!

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  7. Concordo contigo, tem muito carro ruim ostentando placas de colecionador. Meu primeiro Dodge (ainda tenho...) tinha as tais das placas, porém subia óleo nas velas, muito concerto mal feito nas caixas, para lamas, lanternas erradas, etc... Custou caro e a reforma está custando mais ainda. É por amor ao carro mesmo, senão teria vendido. No tempo que você conta as suas passagens, com certeza o meu dar 73 teria ido parar no ferro velho. \abçs

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  8. Prezado Vital, obrigado pelo comentario. É, realmente a tal da placa preta é complicado, mas fazer o que né? No Brasil pagando se tem tudo.
    Abração

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  9. Cuti, qual foi o final deste? Vc se lembra da plaqueta? O meu é do milhar 83 mil... abraços Vital

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  10. Vital, acho que tenho um documento antigo dele, vou dar uma olhada e te falo. Vendi este carro para um cara da cidade de Sapiranga RS. Nunca mais vi, mas acho que foi desmanchado,lá tem um ferro velho ate hoje, muito grande, tinham muitos dodges lá.
    Abração

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  11. Relendo suas fantásticas histórias... Grande abraço!

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    1. Vital
      Também faço isto as vezes, entro no blog e vou "foleando".
      Abraço

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