terça-feira, 28 de setembro de 2010

Chevrolet Veraneio 1966

                    Sempre gostei muito de caçar e pescar, tinha e tenho meu irmão como meu grande parceiro até hoje. Lembro quando éramos ainda crianças e íamos acampar no interior de nossa cidade, com muita frequência íamos com nossas gaiolas e espingarda de pressão a alguma aventura.
                    Em meados do ano de 1982 resolvi comprar uma Chevrolet Veraneio para nos levar em nossas empreitadas no campo. Como tinha o Dodge na garagem e não queria vender o carro, não tinha quase nada de verba disponível. Comecei então a procurar uma Chevrolet Veraneio bem barata. O meu sonho mesmo era o de encontrar uma Chevrolet Amazona, mas sabia que era uma perua bem difícil de arranjar já naquela época, imaginem hoje.
                    Meu pai foi um descobridor de vários carros meus, como era viajante, sempre andava por cidades do interior do estado e com os olhos sempre abertos a procura de algum carro parado em um canto ou outro. Passado algum tempo, um dia chegou em casa de viajem e me disse: Descobri uma Veraneio encostada em uma garagem,   sempre que passo na estrada e olho para a garagem, ela está lá! Está em uma localidade chamada Recosta, fica alguns quilometros antes de chegar a cidade de São Francisco de Paula na serra gaúcha. 

FOTO TIRADA EM FRENTE A CASA DOS MEUS PAIS, CHEVROLET VERANEIO PRONTA
                       Peguei um onibus e subi a serra, chegando na localidade de Recosta não demorou muito até eu descobrir o esconderijo da "Vera" . A primeira vista o estado da coitada era realmente deplorável, fico imaginando como o dono tinha coragem de deixar a coitada naquele estado e ainda por cima andar coma ela. De cor verde, totalmente desbotada e com vários buracos de podre, que mais parecia ter passado por uma guerra. Mas... conversei com o dono e logo entramos em um acordo, o preço não lembro quanto foi, mas foi bem barato.
                       Tudo acertado, tinhamos de ir a cidade de São Francisco de Paula reconhecer firma do recibo de compra e venda da perua. A localidade de Recosta fica em torno de 10km serra a baixo da cidade de São Chico. No meio do caminho, com a perua em movimento, juro por tudo que tem de mais sagrado neste mundo, quase pulei fora da Veraneio e saí correndo mato a dentro para não ter que concretizar o negócio. Ela era muito feia por fora, mas nada se comparava a ela rodando na estrada. Não tinha folga na direção, tinha férias!!!!! Batia até a alma do boneco, os bancos eram todos rasgados, pareciam um ninho de rato. E para completar era completamente instável rodando. Se até aquale momendo da minha vida não tinha me arrependido de nada que fiz, este foi o momento. O cidadão que me vendeu a belezinha sabia que estava me vendendo uma bucha de canhão, não quis nem voltar comigo até a casa dele por medo de eu desfazer o erro e acabar com o negócio.
                         Tudo bem, na volta para casa vim espraguejando um pouco  mas passou. Eu sempre gostei de carro antigo, e eu me gabo em dizer que tenho um certo "feeling" dirigir carro velho, cheio de folgas. Pode ser bem surrado mas eu acabo gostando e me adaptando as condições adversas. Os meus amigos ficavam impressionados quando eu conseguia desacavalar as marchas do Dart Sedan marrom (vide primeira postagem) de dentro do carro, somente maxendo na alavanca eu conseguia sentir qual garfo estava acavalado  e desacavalr sem abrir o capô.
                        Quando estacionei ela na frente de casa, como era de costume toda família veio dar uma olhada. Costumeiramente se ouvia algum comentário, mas desta vez só se viam olhos e bocas torcidas. Para não dizer que ninguem falou nada, minha mãe disse: "A solução é cortar o teto e fazer uma grande floreira dentro"!!! Me arrependo de não ter tirado algumas fotos dela neste dia.
FOTO TIRADA NA GARAGEM DA CASA DA PRAIA, EM CAPÃO DA CANOA. MEU SOBRINHO CRISTÓVÃO ADORAVA ANDAR NESTA PERUA, É SÓ OLHAR A CARINHA QUE ELE ESTÁ FAZENDO
                            Foi o primeiro carro que restaurei completamente, desmontei ela toda por completo. Até o chassi foi jateado e pintado.
                            Certo dia recebemos do senhor Aldo Benson, dono da f'ábrica de dos automóveis Miura de Porto Alegre, ele era vizinho de praia em Capão da Canoa. O seu Aldo se compadeceu co a minha empreitada e pediu que levasse todo o interior da Veraneio na  Aldo Auto Capas empresa de propriedade dele, renomada no segmento de estofamento automotivo. Ganhei o interior totalmente novo de presente. Ficou lindíssimo.
                            Exatamente oito meses depois ela estava pronta, pintada e emplacada no meu nome.
                            Como nesta época estava ainda fazendo faculdade e ía quase todos os dias  de onibus, resolvi colocar um terceiro banco na Veraneio e fazer transporte universitário. De Taquara até São Leopoldo, onde estudava, são mais ou menos 70km, com o pagamento das passagens dava para pagar as despesas com a gasolina e umas duas cadeiras nas faculdade. Quando eu não tinha aula meu irmão ía com ela. Era uma festa na ida e na volta.
                            Em outras ocasiões fizemos vários acampamentos com a Veraneio, um que ficou bem marcado foi a pescaria no canal de Cornélios, acho que fica no município de Maquiné no litoral gaúcho. Nesta pescaria foi feita a inauguração do primeiro barco construído por nós. (meu cunhado Ronaldo, meu irmão Diogo e eu) Feito todo em compensado naval, era para ser a maravilha dos rios e lagoas. Por vários fins de semana nós ficamos envolvidos nesta óbra. Óbra esta que mereceria uma postagem só para ela neste blog, que talvez eu faça no futuro.
                            Bueno, voltando a pescaria, houve várias coisas engraçadas neste acampamento, aprimeira foi quando o barco foi para a água. Foi o momento quenotamos que tivram várias falhas no projeto do barco. Não entrava água, mas o barco era indirigível, só ia na direção que ele queria. Outras embarcações que passavam pelo local não pouparam a nossa criação, davam muitas risadas e nós acabamos rindo também. Mesmo assim nos divertimos muito, quando caiu a noite fizemos aquele churrasco e tomamos várias caipiras. Fomos dormir emborrachados. Aí é que veio a segunda coisa engraçada. É que durante o dia alguém furou um saquinho de sal dentro da nossa água e como ninguem bebe água em acampamento, somente outros líquidos, fomos notar isto de madrugada. Com as gargantas secas por causa da combinação trago mais churrasco salgado. Foi uma noite terrível, quase bebemos toda a água do rio. Depois de muita discussão de quem era a culpa, amanheceu o dia e saímos como loucos atras de um barzinho.
NESTA FOTO PRECISO DESTACAR A LINDA MOCINHA QUE ESTÁ NO MEU BRAÇO ESQUERDO: MINHA SOBRINHA MARINA. HOJE É UMA MULHER REALMENTE APAIXONADA POR DODGE.
  NO MEU BRAÇO DIREITO A MINHA SOMBRA QUANDO ERA CRIANÇA: CRISTÓVÃO
                         A Veraneio ficou tão boa de andar quanto bonita, apesar de ser a minha primeira restauração completa. No ano em que ficou pronta fui com ela para as minhas férias na praia, deixei o Dodge em casa.
                         No final do mes de janeiro, quando voltava em uma noite para casa, ela me deixou na mão. Estava a três quadras da minha cama. Encostei e fui para casa a pé. No outro dia descobri que a coitada tinha quebrado a caixa de câmbio. Improvisei uma oficina em frente a casa de praia do meu pai e tirei a caixa, não tinha peças para reposição no litoral então peguei um onibus e viajei 170km até Taquara, comprei outra caixa em um ferro velho da minha cidade, porque era bem mais em conta do que arrumar a minha caixa. Retornei a Capão levando a caixa de câmbio nas costas, deu bem mais trabalho do que fazer a troca do câmbio da perua.
                         Algum tempo depois pareceu em uma revenda de carros em Taquara um Charger R/T 1978, ouro toledo, que com o qual negociei a Veraneio. Tema da minha próxima postagem          

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Charger R/T 1976 Branco Valencia

                      Logo após ter vendido o Charger LS comecei a caçada atrás de outro Dodge, fato que na época não era nenhuma façanha. Existiam tantos anúncios de Dodge nos jornais que era mais fácil e rápido procurar por eles direto nos revendedores de carros usados, então cemecei a pegar onibus e ir direto na fonte (Porto Alegre). Escolhia um dia da semana e passava perambulando pelas ruas onde sabia que existiam vários revendedores (picaretas) de automóveis usados, e logo encontrava o que queria.
                       Várias vezes eu era visto por conterrâneos meus em Porto Alegre, eles, sem falar comigo, sabiam o que eu estava fazendo lá, porque eu só ia aquela cidade para um fim: Dodge 
SUSPENSÃO BEM REBAIXADA NA DIANTEIRA, ERA UMA MANIA FEIA COMUM NA ÉPOCA. FOTO TIRADA EM FRENTE A  CASA DOS MEUS PAIS


                     Era uma época de tanta fartura de Dodge que eu refugava um automóvel por qualquer coisa. Bem diferente de hoje em dia que eu vejo na internet as pessoas comprando carros totalmente destruídos, reformando e colocando em museu. Outra coisa que se vê muito hoje em dia é cara dizendo que tem Dodge todo original, estado de novo "com tantos mil quilometros"originais, mas na verdade muito pouco de original tem. Quem tinha dinheiro para comprar um dodge 0K geralmente não era para deixar na garagem de casa, a pessoa viajava e muito. É o mesmo que hoje em dia o cara comprar um Ômega Australiano ou outro carro de luxo qualquer e não viajar, até pode mas é difícil. Tem muita pouca gente que sabe o que é originalidade em Dodge, até existe mas é raro. Outra coisa é a tal da placa preta, já vi carros por aí que nem placas poderiam ter mais e tem a tal placa. Muito cuidado ao comprar um carro com placa preta, tu podes estar pagando um preço que o carro não vale. Tenho um conselho que sempre dou para quem quer comprar um carro antigo, "PROCURE ALGUÉM QUE REALMENTE ENTENDA DA MARCA DE CARRO QUE DESEJA COMPRAR E LEVE JUNTO".

NESTA FOTO ESTA MEU PAI, SR INÁCIO, RELAXANDO EM FRENTE A CASA DA PRAIA DE CAPÃO DA CANOA 
  
 
                    Falando em praia, foi nesta fase da minha vida que comecei a passar quase três meses de férias em Capão da Canoa, antes ia só em janeiro ou fevereiro.
                    Foi uma fonte de muitas amizades que recordo até hoje. Eu e alguns amigos íamos quase todas as noites a praia de  Atlântida, é que lá haviam duas discotecas famosas  naquela época. Não andava muito com o carro porque não tinha muito dinheiro para a gasolina, geralmente chegava nos lugares e estacionava o carro. A fase da fartura vai ser contada em uma próxima postagem onde eu gastava mais ou menos um tanque de gasolina a cada dois ou tres dias, mas isto fica para ser contado mais a diante. Foi um periodo que quase não fui a beira mar, chegava em casa de madrugada, 5 ou 6 da manhã, dormia o dia inteiro e saia as 9 ou 10 da noite.   


                    No dia 08 de janeiro de 1982 encontrei este Charger R/T parado em frente a uma empresa com um anúncio de vende-se no vidro, não lembro mais o nome da rua nem o bairro, só sei que o dono do carro tinha uma empresa empacotadora de carvão. 
                     Entrei na empresa falei com o dono e fomos olhar o carro, era bem inteiro, tinha ar condicionado e direção hidráulica, mas era outro que tinha as faixas laterais do 77 e era um 76. Como  o modelo de 1977 não tinha nada de diferente externamente ao do ano de 1976, acho que vários proprietários mudavam as faixas para atualizar seus carros. As diferenças eram somente internamente, como por exemplo o grafismo e o sistema de iluminação do painel de instrumentos. Também teve mudanças no sistema de freios, com o servo freio (hidrovácuo) de diâmetro bem maior, juntamente com o cilindro mestre do freio e o cabo primário do freio de mão.
                    Uma coisa que não precisava ter preocupação na época, na hora da compra, era quanto ao estado do motor, caixa e diferencial. Porque os Dodges como todo mundo sabe, tem um motor quase indestrutível, é quase um tanque. De todos os Dodge que tive nunca reformei o motor de nenhum. As reformas de motores só começaram alguns anos depois, quando eu comecei a reformar carros de clientes por completo.
                     Resumindo, voltei de Dodge para casa.
FOTO TIRADA EM FRENTE A CASA DOS MEUS PAIS, PALCO DE INCONTÁVEIS FOTOS E ENCONTROS COM AMIGOS.
                          Certa vez fomos eu e meu amigo Ganso com este carro a Novo Hamburgo assistir ao show do "camisa de venus", fizemos um espetáculo de rolinho tão grande na frente do clube, que tinha mais gente nos assistindo do lado de fora que dentro do clube. Na volta viemos fazendo um pega com um Maverick V8, de Novo Hamburgo até Taquara. Foi uma fase muito boa da minha vida, não tinha preocupação alguma com nada, só trabalhava para pagar o divertimento. Morar na casa dos pais é o paraiso que muitos jovens não se dão conta que vivem.
                         Na próxima semana vou narrar a história do meu primeiro Chevrolet Veraneio, o meu quinto carro. 

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Charger LS 1973 Branco Ipanema

                    Antes de narrar a história deste Charger LS de hoje, quero fazer um breve relato a respeito da turma de amigos que eu tinha. A fase mais bacana desta turma foi entre meados da década de 70 até praticamente o final da de 80. Turma esta que ficou bastante conhecida na cidade e arredores como a Turma do V8! Na época foi feito até música em homenagem a turma,  por uma conhecida banda da cidade .
                   Eu, Eraldo Canani, Carlos Alberto de Oliveira (Ganso), Tiago Seger e Alnei Max Badermann, tinha-mos  praticamente a mesma idade e também muitos interesses em comum. O principal entre eles: Maverick V8 e Dodge.
                   Nos encontrávamos todas as noites no centro de Taquara,  na esquina da rua Rio Branco com a Julio de Castilhos, exatamente em frente ao edifício da agencia Chevrolet. Ficávamos por horas e horas, muitas vezes até madrugada, conversando, discutindo, rindo e tudo mais que se possa imaginar que há de bom para se fazer.
                   Muitas vezes fomos corridos por uma senhora que morava no último andar do edifício, ela não aguentava as  risadas que ecoavam madrugada a dentro. Fomos bombardeados várias vezes por cubos de gelo, bananas e até por baldes com água.
                   O assunto principal sempre foram os V8, sabíamos e conversávamos sobre todos os Mavericks e Dodges de Taquara e também das outras cidades próximas. Conhecíamos todos os carros e seus respectivos donos, fizemos até uma lista de todos eles, que infelizmente não sei onde foi parar.
                    O Dart Sedan que narrei na minha primeira postagem, também era desta turma, foi comprado por todos nós. Antes deste Dart  houve um outro Dart vermelho, que ficou preto algum tempo depois (graças ao famoso colorjet). Esse também comprado em um ferro velho, só que pelo pai do Alnei, Sr. Hari.
                 O Sr. Hari foi o comprador do primeiro Maverick GT vendido na agencia Ford de Taquara. O avô do meu amigo Alnei, Sr. Max, foi o comprador do último Maverick LDO V8 vendido pela Ford de Taquara.
                   Existem milhares de histórias para serem contadas desta turma, mas pelo menos por enquanto, ainda não estou escrevendo um livro.

                                            O Charger  LS
                  Este carro eu achei vasculhando as páginas dos classificados do jornal zero hora de Porto Alegre,  até hoje tenho o recorte do jornal onde está escrito: "Dodge Charger 73, inteiro. Cr$450mil. Tr.F:25.0518". O dia da compra foi 24 de julho de 1981.
                  Liguei para o número do anuncio e combinei com o proprietário de ir ver o carro no dia seguinte.  No dia marcado,  eu e meu irmão Diogo pegamos um ônibus e fomos ao endereço na cidade de Porto Alegre. Chegando lá, em  frente ao prédio havia um Dodge muito bonito parado, lembro que comentei com meu irmão: "Bem poderia ser este o do anuncio hein?? Ele prontamente me disse que achava que não, pois era muito inteiro pelo preço que iriamos pagar pelo carro.
                 Apertei o interfone do apartamento e o dono do carro logo atendeu e desceu. A primeira coisa que ele disse ao nos ver foi: O carro está estacionado aí em frente ao prédio. Resumindo era o carro que tínhamos visto!! Não queria nem ir olhar o carro, só queria ir direto para o cartório fazer o recibo da compra.
                Naquela época os Dodge fabricados até 1978 tinham perdido completamente o valor.  Recordo de anúncios como: "Vendo rádio toca-fitas TKR e leva de brinde um Dodge". Os únicos Dodge que tinham valor eram os 79 em diante. Eram carros muito caros, inacessíveis para o meu bolso. Só rico podia comprar.
               Bom, voltando ao nosso Dodge, tudo resolvido e assinado, pegamos o carro e fomos a um posto de gasolina. Logo em seguida fomos para o apartamento de uma irmã minha chamada Anelise, que morava em Porto Alegre e queria ir para Taquara passar uns dias.  
                A minha ansiedade era grande em sair das ruas movimentadas da grande cidade, mas logo já estávamos todos nós, eu e meu irmão Diogo, minha irmã Anelise e meu sobrinho Cristóvão, viajando de volta para nossa cidade.
               Como mencionei no post anterior, nesta época eu ainda tinha o Impala, mas não queria mais ele, então vendi na mesma semana que comprei o Dodge.
               Posso dizer que este foi o primeiro Dodge meu em que viajei, fui para vários lugares diferentes. Era um carro muito chamativo, apesar de ter as faixas do 77 e ser um 73, poucas pessoas entendiam do assunto e achavam o carro belíssimo. Não se via facilmente Dodges dos modelos velhos ( até 78) inteiros, a grande maioria eram feios e alterados.
               Eu era extremamente ciumento e cuidadoso com a aparência do carro, tinham duas coisas da qual eu não abria mão nunca, mas nunca mesmo! A primeira era a de não sair com o carro se o dia estivesse chovendo, caso fosse pego por uma chuva de surpresa, secava o carro imediatamente, na rua mesmo ou onde estivesse. A segunda era a de andar com o carro sem surdina (abafador) e com o cano reto saindo do lado da porta. Um dia meu pai colocou fora umas 40 surdinas de Dodge que estavam dentro da garagem dele.
                     É revendo estas fotos que vejo como o tempo passa rápido,  precisamos curtir bastante os momentos da vida. O meu sobrinho Cristóvão que aparece nesta foto, hoje é um homem formado na faculdade de direito e pai do Murilo.
                Este Charger era tão bonito que logo recebi várias propostas de compra e consequentemente foi logo vendido. Acho que fiquei uns 6 meses com ele e vendi por cinco vezes o que tinha pago.
                Nesta época comecei a pegar a fama de dodgeiro, as pessoas começavam a associar "Cuti=Dodge"e vice versa. As pessoas que tinham interesse em comprar ou vender Dodge vinham falar comigo. Se precisavam fazer algum conserto em seus Dodges, me  procuravam.
                O "Cuti arruma" pegou dimensões que eu nunca poderia imaginar e aos poucos e sem me dar conta isto foi virando uma mistura de paixão com profissão. Cresceu tanto que acabei abrindo uma oficina especializada em Dodge na casa dos meus pais. Nas próximas postagens irei incluir algumas fotos destas oficinas.
               Nesta foto aparece eu lavando o Dodge, meu irmão Diogo segurando meu sobrinho Cristóvão e meu amigo Julio Correia da Silva inspecionando o meu Dodge.
               Primeiro só fazia manutenção e algum tempo depois comecei a juntar peças de Dodge, comprava tudo que encontrava, novo ou usado. Comprei os estoques novos e usados de várias concessionarias antigas e algumas que ainda estavam abertas. Com o passar do tempo era eu quem fazia a revisão e manutenção de quase todos os Dodges de médicos, advogados, dentistas etc. Não só de Taquara, mas todas as cidades vizinhas e inclusive de Porto Alegre, onde tive inúmeros clientes.
                Tinha e tenho ainda, tanta peça estocada que virou um comércio. As vezes vendia peças até para concessionárias. Mecânicos e acessórios de peças eram clientes meus. Quando não achavam peças vinham em mim, porque eu tinha com certeza.
                Com tudo isto acontecendo de uma maneira nova e inesperada, sem querer eu havia descoberto o que significa trabalho com prazer. A combinação perfeita que muitas pessoas almejam , unir o útil ao agradável, a realização profissional. Larguei todo o resto que estava fazendo e passei a me dedicar exclusivamente aos dodges, coisa que faço com muito prazer até hoje!
                No meu próximo post, contarei sobre um Charger RT 1976, o quarto carro.  

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Meu segundo carro CHEVROLET IMPALA

            Este Impala foi comprado juntamente com tres grandes amigos que tinha na época: Carlos Alberto de Oliveira (Ganso), Eraldo Canani e Alnei Max Badermann.
            Era fevereiro de 1981, estávamos, eu e o Alnei, na praia de Xangrilá em Capão da Canoa.  Como passatempo, estávamos olhando os classificados do jornal, sempre atras de algum Dodge barato, após olharmos muitos anûncios de Dodge, fomos para os anûncios de carros antigos. Logo vimos o do Impala. "VENDO CHEVROLET IMPALA, MOTOR V8- 327, ANO 1960, AZUL.
             Lembro na época que ficamos loucos para ir a Porto Alegre, buscar o carro no mesmo dia. Só tinha um pequeno problema, não tinhamos dinheiro. Como nós não trabalhavamos, não tinhamos renda, só mesada.
             Não lembro bem o valor do carro, mas era insignificante, era muito barato mesmo, os carros velhos não valiam nada.
            Passados uns tres ou quatro dias, retornamos a Taquara, conseguimos o dinheiro com nossos pais e então fomos direto buscar a viatura. O endereco do vendedor era na Plinio Brasil Milano. Quando chegamos lá, já era escuro, deviam ser umas 8 da noite.
            O carro teria que ser rebocado, primeiro porque não tinhamos dinheiro para a gasolina até Taquara. Segundo porque não sabíamos se ele funcionava. Por isto fomos preparados para trazer ele rebocado. Tinhamos ido até lá com um Jeep Ford, da fábrica do pai do meu amigo Alnei (Fábrica de Máquinas -Max Badermann & cia Ltda).
            Chegando lá, olhamos o carro e compramos na hora, paixão a primeira vista. Fizemos a viatura funcionar empurrando, a av Plinio fica em uma descida bem acentuada, ficando fácil a manobra de fazer ele pegar no tranco, largando ladeira abaixo.
             Fomos rodando com o carro até a saída da cidade de Porto Alegre, meu amigo Alnei na direcão, ele era um ótimo motorista e conhecia bem as ruas da cidade. Assim que pegamos a auto estrada, ele parou e eu peguei a boléia. Foi meu primeiro contato com o carro na direcão. Eram umas dez da noite, andei por alguns quilometros devagar para me acustumar com o carro e depois pisei fundo no acelerador. Queria ver quanto o carro dava. O velocímetro marcava 120 milhas por hora, em poucos instantes o ponteiro estava em 105 milhas, mais ou menos 170 quilometros por hora. Pensando hoje, aquilo foi uma insanidade, pois andar nesta velocidade com um carro velho, que estava abandonado no quintal de uma casa. Loucuras da juventude.
            Logo em seguida a pouca gasolina que tinhamos colocado no tanque acabou. Atrelamos o Impala no Jeep e fomos embora. Foi uma viajada bem divertida, varias vezes o Impala quase tirou o Jeep da estrada, com toda certeza , pesava uns tres Jeep.
            Na época era um carro muito bom, estava no ponto para receber uma reforma geral. Lembro que tinha até os estofamentos originais de fábrica, todos os cromados, direcão original, era um carro muito  bom mesmo. Mas não tinhamos consciência disto,  só queriamos dar pau.
            Alguns meses depois, acabei comprando a parte dos meus amigos e fiquei com o carro. Mais alguns meses e vendi ele, pois já tinha comprado um Charger LS ,ano 1973, que contarei na próxima postagem.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O início Dart DeLuxo Sedan 1975 Castanho Corça

           Criei este blog para compartilhar com minha família, amigos e por ventura algumas outras pessoas que gostem das mesmas coisas que eu. 
           A partir de hoje irei postar fotos de carros e também outras coisas do meu interesse.
           Nesta primeira postagem, irei lhes mostrar as fotos do meu primeiro Dodge: Um Dodge Dart Sedan, ano 1975, cor marrom, que comprei quando ainda era menor de idade. Este carro foi comprado em um ferro velho na cidade de Cachoeirinha, em 16\12\1980.
           Era um carro abandonado com apenas 5 anos de uso, o que era comum com eles naquela época. Foi em longínquo sábado de manhã.
            O dono do ferro velho garantiu que o carro funcionava. Então, colocamos gasolina e  bateria. Dito e feito, bateu a chave e o Dartão pegou. Só alegria. Daí em diante  passaram-se entre outros carros, 73 dodges pelas minhas maos.
            Na primeira foto, o carro já está na minha casa, esta linda moça é minha irmã mais nova com meu sobrinho mais velho.
           Na segunda foto estão eles novamente e o meu irmão mais velho, e nesta terceira foto, eu , já  como mecânico profissional.
          Bom, por hoje era isto, espero que tenham gostado. Me desculpem a qualidade das fotos, pois já se vão bons 30 anos.