Antes de começar a narrar a história deste ícone sagrado dos dodges, que é o Charger R/T Vermelho Riviera, ano 1977, tenho que pedir perdão a todos os dodgeiros deste mundo, sei que não tem perdão, mas, enfim, estou lembrando desta história com um grande pesar! Lembrando que este carro poderia estar aqui em casa, ao lado dos meus outros dodges. O Charger R/T 77 Vermelho Veneza, Charger R/T bege/marrom, Magnum 79 Sumatra, Dart 78 azul, F600 militar e minha C10.
As confusões e aventuras com este carro começaram no dia em que o comprei, e não foram poucas. Acho até que não poderia ser diferente, pois esta linda cor sugere coisas diferentes. Um carro com uma cor destas não foi feito para passar em brancas nuvens!
As confusões e aventuras com este carro começaram no dia em que o comprei, e não foram poucas. Acho até que não poderia ser diferente, pois esta linda cor sugere coisas diferentes. Um carro com uma cor destas não foi feito para passar em brancas nuvens!
Então, posso dizer que suei frio, já no dia em que fiz a troca da Veraneio Marrom por este Charger RT. Como já relatei anteriormente, a troca entre os dois carros me dava direito a uma guinchada, transportando o Dodge da cidade de Três Coroas até Taquara. Tudo combinado, o senhor Turco, dono do ferro velho, atrelou o Dodge atrás do Caminhão Chevrolet C-60, à gasolina. Como já havia sido vendido a coroa e o pinhão do diferencial do Dodge, foi colocada a lança do guincho na traseira do carro. Quer dizer, ao invéz de prende-lo na dianteira, ele foi preso na traseira.
Como todo mundo sabe, Dodge não tem trava de direção, e como a traseira é que foi erguida, a dianteira ficou no chão. Para deixar a direção centrada, peguei uma corda para amarrar a direção as duas ventarolas das portas. Já havia feito isto em outra ocasião. O senhor Turco correu e me disse que não precisava, pois tinha outra idéia. Combinamos então de eu ir dentro do Dodge, segurando a direção para mante-la em linha reta, como se esta estivesse travada. Até aí tudo bem!
Bom, a lança do guincho foi presa ao eixo do diferencial, que estava oco. Eu peguei as duas pontas de eixo que estavam jogadas ao lado do carro, que estavam montadas com as respectivas rodas e pneus e iria colocá-las dentro do carro. Mas o sr Turco disse:"- Não precisa colocar aí dentro do carro, enfia as duas no eixo diferencial, não vão cair!!" Meio desconfiado, coloquei. Se um homem experiente no guincho como ele, disse que não iriam cair, tudo bem! Fizemos assim! Então, apenas empurrei as duas enormes ponta de eixo para dentro do diferencial.
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Esta foto foi tirada na minha primeira oficina, lá na casa dos meus pais. A foto seguinte, colocada abaixo, foi tirada muitos anos depois! |
Dodge atrelado, tudo certo! Assumi o meu lugar na direção do Dodge e nos mandamos. Não sei se algum de vocês já andou em uma posição como esta, sendo puxado de ré. Os carros que vinham atrás, nos ultrapassando, ficavam de frente para mim. Sensação meio esquisita, mas tudo bem. Eu tinha de segurar firme a direção, pois a dianteira do carro puxava para tudo que é lado conforme as ondulações da pista. O velho caminhão Chevrolet fazia uma barulheira de correntes batendo, que por vezes, parecia que o carro estava se soltando e eu iria ao brejo. E o Turco velho, dava tudo no Chevrolezão, corria como um desatinado.
Mas os quilometros foram passando e eu me acostumando. A minha tensão nervosa ia diminuindo conforme os quilometros percorridos iam aumentando. Em certo momento, até já olhava o movimento, via os carros passarem, paisagem, tudo certo! Quando eu já estava bem cofiante, bem acostumado com a posição, dando até umas risadas e gostando da aventura, notei um vulto estranho passando ao lado do carro, a mil quilometros por hora. Imediatamente o meu coração acelerou a 250 batidas por minuto. Trinta segundos depois, um estouro na porta direita! Quando olho para a frente do carro, ou seja, para a direção opósta a que nós estávamos indo, vejo uma das ponta de eixo, com roda e tudo, andando em alta velocidade no asfalto. A roda picava no asfalto, fazendo giros helicoidais por causa da ponta de eixo. E acreditem, foi em linha reta, mas picando como um ioio.
Lá adiante, vinha vindo um golzinho (éca) em nossa direção, em rota de colisão com a ponta de eixo. Por alguns segundos consegui visualizar a cara do motorista do Volks. Primeiramente ele não viu a roda, e aquela ponta de eixo desgovernada ia como um cometa na direção da dianteira do gol. Quando o cara viu o míssel na direção dele, quase capotou o gol tentando desviar. Acreditem, foi terrível de assistir a cena. Eu quase enloqueci vendo aquilo!!! Por uma obra de Deus, por milésio de segundo, não se chocaram.
Lá adiante, vinha vindo um golzinho (éca) em nossa direção, em rota de colisão com a ponta de eixo. Por alguns segundos consegui visualizar a cara do motorista do Volks. Primeiramente ele não viu a roda, e aquela ponta de eixo desgovernada ia como um cometa na direção da dianteira do gol. Quando o cara viu o míssel na direção dele, quase capotou o gol tentando desviar. Acreditem, foi terrível de assistir a cena. Eu quase enloqueci vendo aquilo!!! Por uma obra de Deus, por milésio de segundo, não se chocaram.
Então, desesperado, eu comecei a berrar, mais berrar, e bota berrar nisto, para o senhor Turco parar o caminhão. O Velho parecia que tinha ficado surdo de uma hora para outra. Na época, quase me mijei gritando, hoje quase estou me mijando de rir. Eu no desespero, berrava como um Tiranossauro Rex atrás de comida:"- Para! Para! Para esta merda seu desgraçado!!! E não adiantava. Só via aquela cabeça branca virada para a frente, pisando fundo no Chevrolet!! No desespero, com minha garganta doendo de tanto gritar e sem ter mais o que fazer, coloquei o corpo para fora da janela acenando e gesticulando como um demente!! Nada!
Em um ímpeto de desespero, em uma ação suicida, comecei a tentar subir no teto do Charger. Me equilibrando como um trapezista, coloquei os pés na soleira da porta, me debruçei sobre a capóta e com uma mão agarrada ao vão da janela oposta a minha, comecei novamente a urrar desesperadamente. Chamava o velho de palavras improferíveis a qualquer ser humano! Imaginem a cena, agarrado ao teto do dodge como um equilibrista de circo, e berrando, urrando desesperadamente! Eu que tenho um medo mortal de altura, se , naquele momento, eu pegasse a garganta do velho eu matava, juro, sem remorsos!!
Em um ímpeto de desespero, em uma ação suicida, comecei a tentar subir no teto do Charger. Me equilibrando como um trapezista, coloquei os pés na soleira da porta, me debruçei sobre a capóta e com uma mão agarrada ao vão da janela oposta a minha, comecei novamente a urrar desesperadamente. Chamava o velho de palavras improferíveis a qualquer ser humano! Imaginem a cena, agarrado ao teto do dodge como um equilibrista de circo, e berrando, urrando desesperadamente! Eu que tenho um medo mortal de altura, se , naquele momento, eu pegasse a garganta do velho eu matava, juro, sem remorsos!!
Vários e vários carros que passavam por nós não entendiam o que eu estava fazendo. Até que um dos carros que estava nos ultapassando, me viu em cima do carro, gesticulando desesperadamente para o velho, fez o caminhão parar. Quando o Turco desceu do caminhão, imediatamente eu botei a boca nele como nunca tinha feito antes com ninguém. Se pudesse, na hora, tiraria a carteira de motorista dele. O velho desceu do caminhão como se nada tivesse acontecido, isto é o que me deu mais raiva. Expliquei a ele o que tinha acontecido, que quase tínhamos causado um terrível acidente, etc ,etc. Ele nem bola. Virei as costas e fui a cata das pontas de eixo perdidas, já a uns três ou quatro quilometros atrás. Aí eu me cobrei dele, pois levamos quase duas horas para encontrar as rodas perdidas. Por várias vezes ele queria ir embora, mas teve que aguentar.
Bom, depois de muito procurar nas maçegas da beira da estrada, acabei achando as duas rodas com suas respectivas pontas de eixo.Coloquei as duas dentro do carro e seguimos viagem. Chegamos a minha oficina já passava do meio dia, ele largou o Charger e foi embora. Parei e pensei: Graças a Deus estou em casa! Estava tão indignado que não queria mais ver aquele homem por um bom tempo.
Este foi o segundo carro que, na minha cabeça, definitivamente não iria desmanchar ( O primeiro tinha sido o Gran Cupe 74, que por coincidência , está ao lado do Charger Riviera na foto acima).
Bom , o carro agora estava rodando novamente. Tinha placas da cidade de Canela-RS, e os documentos estavam vencidos a bastante tempo. Mas isto, naquela época, não era muito importante. Então comecei a andar com ele, só à noite! Quase todas as noites eu dava uma saída com ele.
Este carro tinha uma caixa de 4m excelente, uma das mais macias e precisas que já vi, uma ótima direção hidráulica, resumindo, era um carro muito bom de guiar.
Em pouco tempo ficou bem conhecido na cidade como o Charger laranja, que, esporadicamente aparecia durante o dia, mas aparecia muito pelas madrugadas. Eu tinha colocado dois canos de descarga, que saíam ao lado da porta esquerda, canos de aproximadamente 2 polegadas de diâmetro cada. Retos e sem surdina! Tinha um ronco assustador. Não queimava óleo e pegava prontamente ao menor beliscar da chave. Era um carro guerreiro.
Certa vez, acho que em uma quinta feira à noite, estava eu com uns amigos, bandeando com o Charger. Rodamos muito pela cidade aquela noite, tomamos várias cervejas pelos bares. Já era alta madrugada e resolvemos ir até a "zona" de Taquara.
A propósito disto, já relatei isto aqui no blog, mas vale reforçar. Este local (zona meretrício)da cidade era fomoso, visitado por homens de vários lugares, tinha uma fama que se estendia a muitas cidades, muitas delas bem maiores que Taquara. Era um amontoado de casas, deveriam ter umas trinta ou quarenta. Mais da metade destas casas tinham bares dentro, com uma pequena pista de dança dentro de cada uma. Cada uma delas tinha seu próprio aparelho de som, e tocavam músicas em volume não muito alto, apenas suficiente para poder dançar e também conversar. Estas casa todas eram cortadas por apenas uma rua central. Esta rua era em forma de um "L". Bem no cotovelo deste "L" tinha um espaço grande. Espaço este que servia até de estacionamento em dias muito movimentados.
Na noite que fomos até lá com o Charger, este local mais aberto, o cotovelo, tinham umas trinta pessoas, entre senhoras e senhores. Eles estavam todos reunidos em volta de algumas pequenas churrasqueiras, onde assavam pedacinhos de carne em espetinhos e tomavam cerveja. Quando passamos por este grupo, dei um pisão no acelerador do Dodge, só para fazer barulho e dizer a eles que era um dodge passando. Algumas das senhoras, já bem alteradas pela cerveja, pronunciaram algumas palavras indecorosas, e nós, prontamente respondemos, em bom tom! Então, uma das quengas, só mesmo chamando assim, já bem emborrachada do trago, se atirou no chão como um animal peçonhento procurando alguma coisa. A primeira coisa que encontrou foi um tijolo, sem pensar em mais nada, destilou sou peçonha atirando com toda sua força no carro. A tijolada acertou em cheio a rabeta da coluna traseira do teto. Se instaurou o caus!! Parei o Dodge imediatamente, olhamos para elas por alguns instantes intáctos e perpléxos!! Elas gesticulavam e cacarejavam como se estivessem recebendo milho quebrado!! Aí fui eu que não pensei em mais nada, comecei a fazer zeros, com o pé no fundo. Foram várias e várias voltas no mesmo lugar. O piso era chão batido com saibro por cima. Em poucos instantes não se enxergava um palmo de distância. O churrasquinho deles ficou completamente cheio de terra, dentro dos copos tinham mais grãos de saibro do que cerveja. Quando dei por mim, vieram para cima do Dodge como zumbis de um filme de terror. Elas simplesmente enlouqueceram, foram várias as pedradas no carro, parecia uma chuva de granizo!! Alinhei o carro e fui em direção a saída da rua, precisávamos sair urgentemente para não sermos linchados! Se não fosse rápido, seriamos mortos na zona de Taquara. Que manchete de jornal, hein??
O Dodge foi totalmente apedrejado por pequenas pedras, nada muito grande como a tijolada inicial. Fomos embora fedendo!! O Charger Riviera estava definitivamente proibido de ir a zona de Taquara. Mas a fama dele se estendia pelos quatro cantos da cidade. Uma vez quando eu estava no centro da cidade, escutei parte de uma conversa de uns caras. Eles falavam do dodge laranja com cano reto ao lado da porta, que vagava pelas madrugadas. Incrivel como se criam certas lendas. E este Charger foi um destes casos. Estas pequenas histórias que contei hoje para vocês, são apenas uma pequena parte das tantas que fiz com este carro.
Passou o tempo e certo dia me apareu um ótimo cliente na oficina, ele precisava urgentemente de uma caixa de 4 marchas, eu não tinha nenhuma para vender. Mas, ele fez uma proposta impossível de recusar, então tirei a do Charger Riviera. Vendida a caixa, o Dodge ficou parado por muitos anos ao lado do Gran Cupe branco 74. Estes dois me seguiram juntos por várias oficinas, sempre em locais seguros e cobertos. O Gran Cupe me acompanhou uns 11 anos e o Charger Riviera uns 10. Acho que até eles, se pudessem pensar, saberiam que estariam seguros comigo. O RT tirei de um ferro velho, o Gran Cupe estava praticamente na porta de um. Mas... não adianta chorar depois do leite derramado!
No final do ano de 1999, trabalhava como louco recolhendo carros com o serviço de guincho, estava desesperado por espaço para guardar carros apreendidos. O tão esperado leilão do governo não saía. Uma solução desesperadora que tive foi a de começar a empilhar os carros. Cada centímetro do pátio do depósito era usado. Comecei a usar um terreno baldio ao lado de meu depósito, para também depositar carros.
Certa madrugada os amigos do alheio entraram lá e levaram duas motos, quase novas. Uma Yamaha RD135 do ano, e uma Yamaha DT200. Quase infartei naquela semana, pois eu era fiél depositário. Estava recebendo pressão dos proprietários dos carros, da polícia, da justiça e de mim mesmo. Como a polícia não fazia nada a este respeito, comecei então a investigar por conta própria. Paguei informantes, olheiros, e não foi pouco, então, alguns dias depois eu mesmo encontrei as duas motos, em pedaços. Tive que ressarcir os proprietários das motos, quase novas, uma era do ano e a outra tinha dois anos de uso. Estava uma pilha de nervos, fui intimado em várias audiências por causa disto. Então olhei os dois coitadinhos (Gran Cupe e o Charger)no fundo do galpão e cometi o assassinato.
Bom, depois de muito procurar nas maçegas da beira da estrada, acabei achando as duas rodas com suas respectivas pontas de eixo.Coloquei as duas dentro do carro e seguimos viagem. Chegamos a minha oficina já passava do meio dia, ele largou o Charger e foi embora. Parei e pensei: Graças a Deus estou em casa! Estava tão indignado que não queria mais ver aquele homem por um bom tempo.
Este foi o segundo carro que, na minha cabeça, definitivamente não iria desmanchar ( O primeiro tinha sido o Gran Cupe 74, que por coincidência , está ao lado do Charger Riviera na foto acima).
Bom , o carro agora estava rodando novamente. Tinha placas da cidade de Canela-RS, e os documentos estavam vencidos a bastante tempo. Mas isto, naquela época, não era muito importante. Então comecei a andar com ele, só à noite! Quase todas as noites eu dava uma saída com ele.
Este carro tinha uma caixa de 4m excelente, uma das mais macias e precisas que já vi, uma ótima direção hidráulica, resumindo, era um carro muito bom de guiar.
Em pouco tempo ficou bem conhecido na cidade como o Charger laranja, que, esporadicamente aparecia durante o dia, mas aparecia muito pelas madrugadas. Eu tinha colocado dois canos de descarga, que saíam ao lado da porta esquerda, canos de aproximadamente 2 polegadas de diâmetro cada. Retos e sem surdina! Tinha um ronco assustador. Não queimava óleo e pegava prontamente ao menor beliscar da chave. Era um carro guerreiro.
Certa vez, acho que em uma quinta feira à noite, estava eu com uns amigos, bandeando com o Charger. Rodamos muito pela cidade aquela noite, tomamos várias cervejas pelos bares. Já era alta madrugada e resolvemos ir até a "zona" de Taquara.
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Coloquei esta foto só para comparação. O meu Charger, quando comprei, tinha um visual muito melhor do que este! Imaginem o crime! |
Na noite que fomos até lá com o Charger, este local mais aberto, o cotovelo, tinham umas trinta pessoas, entre senhoras e senhores. Eles estavam todos reunidos em volta de algumas pequenas churrasqueiras, onde assavam pedacinhos de carne em espetinhos e tomavam cerveja. Quando passamos por este grupo, dei um pisão no acelerador do Dodge, só para fazer barulho e dizer a eles que era um dodge passando. Algumas das senhoras, já bem alteradas pela cerveja, pronunciaram algumas palavras indecorosas, e nós, prontamente respondemos, em bom tom! Então, uma das quengas, só mesmo chamando assim, já bem emborrachada do trago, se atirou no chão como um animal peçonhento procurando alguma coisa. A primeira coisa que encontrou foi um tijolo, sem pensar em mais nada, destilou sou peçonha atirando com toda sua força no carro. A tijolada acertou em cheio a rabeta da coluna traseira do teto. Se instaurou o caus!! Parei o Dodge imediatamente, olhamos para elas por alguns instantes intáctos e perpléxos!! Elas gesticulavam e cacarejavam como se estivessem recebendo milho quebrado!! Aí fui eu que não pensei em mais nada, comecei a fazer zeros, com o pé no fundo. Foram várias e várias voltas no mesmo lugar. O piso era chão batido com saibro por cima. Em poucos instantes não se enxergava um palmo de distância. O churrasquinho deles ficou completamente cheio de terra, dentro dos copos tinham mais grãos de saibro do que cerveja. Quando dei por mim, vieram para cima do Dodge como zumbis de um filme de terror. Elas simplesmente enlouqueceram, foram várias as pedradas no carro, parecia uma chuva de granizo!! Alinhei o carro e fui em direção a saída da rua, precisávamos sair urgentemente para não sermos linchados! Se não fosse rápido, seriamos mortos na zona de Taquara. Que manchete de jornal, hein??
O Dodge foi totalmente apedrejado por pequenas pedras, nada muito grande como a tijolada inicial. Fomos embora fedendo!! O Charger Riviera estava definitivamente proibido de ir a zona de Taquara. Mas a fama dele se estendia pelos quatro cantos da cidade. Uma vez quando eu estava no centro da cidade, escutei parte de uma conversa de uns caras. Eles falavam do dodge laranja com cano reto ao lado da porta, que vagava pelas madrugadas. Incrivel como se criam certas lendas. E este Charger foi um destes casos. Estas pequenas histórias que contei hoje para vocês, são apenas uma pequena parte das tantas que fiz com este carro.
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Propaganda revista 4Rodas. As cores mais lindas de todos os dodges, pelo menos ao meu ver, são, vermelho dinastia, riviera e azul estelar |
No final do ano de 1999, trabalhava como louco recolhendo carros com o serviço de guincho, estava desesperado por espaço para guardar carros apreendidos. O tão esperado leilão do governo não saía. Uma solução desesperadora que tive foi a de começar a empilhar os carros. Cada centímetro do pátio do depósito era usado. Comecei a usar um terreno baldio ao lado de meu depósito, para também depositar carros.
Certa madrugada os amigos do alheio entraram lá e levaram duas motos, quase novas. Uma Yamaha RD135 do ano, e uma Yamaha DT200. Quase infartei naquela semana, pois eu era fiél depositário. Estava recebendo pressão dos proprietários dos carros, da polícia, da justiça e de mim mesmo. Como a polícia não fazia nada a este respeito, comecei então a investigar por conta própria. Paguei informantes, olheiros, e não foi pouco, então, alguns dias depois eu mesmo encontrei as duas motos, em pedaços. Tive que ressarcir os proprietários das motos, quase novas, uma era do ano e a outra tinha dois anos de uso. Estava uma pilha de nervos, fui intimado em várias audiências por causa disto. Então olhei os dois coitadinhos (Gran Cupe e o Charger)no fundo do galpão e cometi o assassinato.
Sei que hoje em dia um Charger R/T nesta configuração de cor, é cobiçado por centenas ou até milhares, de aficionados pela marca. Por mim também, tanto é que algum tempo depois de compra-lo, achei em uma casa de tintas em Porto Alegre, 12 latas do vermelho Riviera. Comprei todas. As latas apodreceram, acabaram como o carro, perdi toda a tinta.
Na próxima postagem conto a história de três dodges que comprei juntos, como se fosse uma penca de bananas comprada em uma fruteira . Um LeBaron, ano 1979, branco, um Charger L/S 1974 amarelo e um Charger R/T 1976 vermelho. Comprei-os alguns dias após a compra deste Charger narrado na história de hoje.