Hoje, na contagem geral, falo sobre o meu décimo nono carro, décimo segundo Dodge.
Recebo semanalmente na minha caixa de mensagem, inúmeros e-mails de alguns leitores deste blog. Alguns deles querem agradecer pela iniviativa do blog, outros querem peças, dicas de manutenção, outros apenas conversar sobre dodges, e etc, etc. Mas, tem alguns em especial, que realmente me deixam profundamente sensibilizado. São relatos particulares, profundos, íntimos, que apenas são relatados entre grandes amigos. Um exemplo, foi o que recebi semana passada, do amigo Fabrício (Dart 74 preto onix). Cara, tu realmente é uma pessoa honrada, no verdadeiro sentido que esta palavra significa, a tua felicidade nesta vida está garantida.
Em uma noite no final do ano de 1996, o meu grande amigo Darcy Ferrari (o homem que realmente tinha milhares de peças de dodge) me ligou para conversar. Ficamos quase uma hora ao telefone. Ele tinha perdido o único filho recentemente e estava passando por uma fase bem difícil da vida. Me disse que, para ele, a vida não tinha mais sentido, estava velho e cansado. Perdera o encanto pela vida, estava sem forças para continuar. Não queria mais trabalhar. Estava muito abatido e triste. No final da nossa conversa ele me ofereceu todo o estoque de peças que tinha e mais 4 Dodges que tinha em casa. Tentei muito anima-lo, mas... nestas horas acho que não tem muito o que se falar para animar uma pessoa. O melhor é escutar e deixar a pessoa desabafar.
Disse a ele que iria lhe fazer uma visita nos próximos dias, mas já de ante mão, avisei que não poderia comprar as peças, e muito menos os carros. Pois eu estava em ritmo acelerado na construção da minha casa. Se me virasse de cabeça para baixo, só cairiam contas. Eu também não queria que ele parasse de trabalhar, ele sempre foi um incentivador, parceiro e modelo para mim. Principalmente nas épocas criticas de se trabalhar com dodges. Que foram praticamente toda a década de noventa. Os ricos que tinham dodges quando novos, praticamente já não existiam mais. A nova classe de proprietários era bem baixa, em todos os sentidos. Claro , com exceções.
Os dodges passaram por uma fase de destruição nos anos 90. E digo de certeza para vocês, as pessoas como eu e ele sofreram muito nesta época. Nós investimos a nossa vida inteira em restaurações e compras de peças. Foram feitos investimentos de grande monta em ferramentas, pesquisas e tudo mais relacionado a Dodge. Foram milhares de reais investidos, que nesta fase, não houve um retorno satisfatório. Os preços dos carros cairam vertiginosamente e paralelamente a isto, ninguém queria pagar quase nada pelas peças. Conheci inúmeras pessoas que trabalhavam com peças de Dodge e Galaxie que abandonaram tudo, ou porque faliram ou se desesperançaram com as vendas. Eu mesmo, muitas vezes, fui desencorajado por alguns amigos mais intimos, eles me diziam :-" Cara, larga tudo isto porque já era, estes carros nunca mais vão valer alguma coisa!! Mas, eu sempre fui muito persistente e acreditei que as coisas iriam mudar. Como dizia o meu sogro, em um negócio o cara tem de criar limo nas mãos. Todo tipo de ramo tem seus altos e baixos. Mas naquela época realmente estava demais.
Não é difícil imaginar. Pensem no ramo de negócios de vocês. Tu faz vários investimentos esperando um retorno e ele não vem. Somado a isto, por diversas vezes, apareciam compradores maldosos e inescrupulosos, que quase na sua totalidade, não tinham a mínima condição financeira de ter um carro. Como não tinham condições de comprar peças, quando saiam da minha frente falavam mal e denegriam a imagem. Senti isto na pele! É que naquela época, dodge não era um carro antigo, era um carro velho, este diferencial é muito significativo!! Este tipo de gente existe até hoje, são pessoas que não tem a mínima noção do que é, e era, empreender no ramo de autopeças antigas.
Hoje em dia é muito bom se comparado naquela época! Não estou falando de ferro velho! E mesmo que assim falasse, se pensarmos em um ferro velho, este lida com todos os tipos de carros e não somente com uma marca exclusiva, e pior ainda se esta marca for falida! Comprar um produto sabendo que só vai vende-lo anos depois, ou até mesmo nunca vende-lo, é literalmente ficar com o dinheiro em uma prateleira! Também não queiram comparar com as pessoas que, aleatoriamente, tem uma peça ou outra. Por isto, eu particularmente, não vendo peças baratas. Graças a Deus, não dependo mais destas vendas para sobreviver. Por muitas vezes comprei peças sem precisar comprar. Por várias vezes deixei de fazer o que gostava para manter estoques ou pelo prazer de possuir as tão desejadas caixinhas azul/branco/vermelho.
Tenho investimentos guardados de quase trinta anos atrás, não vou entrega-los assim. Imaginem se todo aquele dinheiro fosse corrigido até hoje?? Falo isto porque, provavelmente, para uma grande porcentagem de vocês que estão lendo, já devem ter xingado algum vendedor de peças antigas!! Certo?? Certo! Mas pensem no lado do vendedor, a quanto tempo tem aquela mercadoria guardada?? E em alguma época do passado aquilo foi comprado e pago! É como digo sempre, Dodge para mim, além de muito prazer, foi um negócio! E negócio tem de dar lucro, se não quebra!
Mas voltando ao Ferrari. Uma semana depois fui até a oficina dele. Passei o dia inteiro lá, conversamos muito, relembramos das coisas boas que tinhamos vivenciado juntos, de tudo de bom que tinhamos adquirido com o nosso trabalho. Relembramos dos clientes e dos casos engraçados que tinhamos vivenciado. Tinhamos passado muita coisa em comum. Alguns dias depois ele me ligou novamente para dizer que iria contiuar trabalhando por mais algum tempo, tocar a vida pra frente! Acho que valeu a pena a minha visita a ele!
Bom, neste época comprei o serviço de guincho em Taquara. Fazia a remoção de carros acidentados, problemas de documentação, carros roubados, etc. Trabalhava integrado com as três polícias da cidade. Civil, militar e rodoviária. Trabalhava neste serviço 7 dias por semana, 24 hora por dia. Meu plantão era permanente, foi uma época em que fiquei quase louco! Então nos afastamos por alguns anos. Seguidas foram as vezes que fui a Porto Alegre levar um carro acidentado, mas quase sempre, minhas idas até Porto Alegre eram à noite ou durante as madrugadas. Nas poucas vezes que fui durante o dia, dava uma rápida passada lá para por as conversas em dia. Mas, infelizmente, eu não via mais felicidade em seus olhos! Nas últimas vezes que fui, não encontrei ninguém, tanto na oficina como em casa. Também por escassas vezes nos ligavamos.
Passaram-se alguns anos, certo dia um outro senhor de Porto Alegre me ligou oferecendo um razoável estoque de peças de Dodge. Combinamos um horário e fui até lá. O sujeito morava em um apartamento bem no centro da cidade, e este estava atulhado de peças. Ele morava sozinho, tinha apenas um cachorrinho que vivia com ele. Para andar no apartamento a gente tinha que pular por cima das peças. Era lindo e horrivel ao mesmo tempo. Se ele fosse casado, seria o caos! Isto vem bem a calhar com o que escrevi em uma postagem passada. Os antigos donos de Dodge montaram verdadeiros acessórios em casa. Bom, para variar um pouco, comprei todas as peças dele. Fiz duas viagens com minha Chevrolet C10, atulhada, para poder trazer tudo. Na segunda e última viagem que fiz, quando estava saindo de Porto Alegre, me bateu uma saudade enorme do amigo Ferrari, então resolvi voltar e passar na casa dele. Pensei que se tivesse sorte, encontraria ele em casa.
Cheguei em frente a casa e bati palmas várias vezes. Esperei por uns 10 minutos e nada! Estava quase indo embora quando vi movimento dentro de casa.. Quem me atendeu foi dona Angela, esposa do Ferrari. No primeiro momento ela não me reconheceu, aí eu disse: -Sou eu, o Cuti! de Taquara! Ela respondeu sorrindo:" -Nossa, como tu envelheceu! Não te reconheci sem cabelos e de barba grisalha!" Rimos um pouco e lhe perguntei pelo meu amigo. Ela me respondeu: "-Infelizmente o teu grande amigo faleceu, já fazem 4 meses". Não escondo que fiquei com os olhos marejados, exatamente como agora, enquanto relembro esta história...
Dona Angela e eu, conversamos demoradamente sobre o meu amigo. Ela me contou que, nos últimos tempos de vida, o Ferrari falava muito em mim, quase que todos os dias. Que me queria como se fosse um filho, me ensinou muitas coisas e também prendeu! Naquele momento eu tinha um enorme nó entalado na minha garganta. Ela continuava falando e eu não escutava nada! Na minha cabeça passava um filme, em alta rotação, recheado de imagens e lembranças dos tempos de convívio com meu amigo. Passaram-se alguns minutos até que eu voltasse a realidade e começasse a escuta-la novamente. Eu sabia que aquele momento seria um marco para mim. Uma amizade ímpar tinha chegado ao fim da jornada. E certamente, a minha vida, também não seria mais a mesma coisa.
Conversamos por mais de uma hora e não tive coragem de lhe perguntar a respeito das peças, mas... não foi preciso, ele mesma falou.
Me disse: "-Cuti, por diversas vezes pensei... quando tu irias aparecer aqui, não te liguei porque não sabia teu número. O Ferrari, prevendo sua partida, alguns dias antes de falecer, me mandou esperar, porque sabia que, mais dia menos dia tu irias aparecer e quando tu viesse, eu vendesse todas as ´peças pra ti. Elas estão te esperando já faz algum tempo".
Ela continuou: "-Eu não entendo nada de peças, a algum tempo veio um rapaz aqui, queria uma lanterna traseira do Magnum. Fui até o depósito e peguei uma nova. O rapaz disse que iria me pagar na outra semana. Ele levou a lanterna e nunca mais apareceu, não recebi até hoje, depois de meses". Realmente eu não consigo acreditar que um ser humano possa se aproveitar de uma senhora, em uma hora difícil como a que ela estava passando!
Bom, acertamos o preço, peguei o talão de cheques e paguei ela naquele momento, sem ao menos olhar o que tinha de peças em estoque. Sentia um misto de tristeza, saudade e alegria. Uma combinação nada harmônica. Combinei com ela de começar a buscar as peças na semana seguinte, pois já estava com a minha C10 lotada de peças da outra compra. Os Dodges, o Ferrari tinha vendido antes de morrer.
No dia combinado, cheguei lá e dona Angela já estava a minha espera. Conversamos um pouco e fomos até o depósito das peças. Quando as portas foram abertas e olhei o quanto de peças novas tinha lá dentro, quase tive um infarto!!!, Fiquei chocado, paralisado, estupefacto, não sei qual palavra usar! Fiquei tonto e não sabia por onde começar. Com toda certeza, dos inúmeros estoques de peças que desentoquei, este estaria entre os maiores. Até mesmo das concessionárias que limpei.
Dona Angela olhou para mim, me pediu licença e disse-me que precisaria dar uma saída, mas voltava logo. Que eu ficasse a vontade, com se estivesse em casa. Virou as costas a saiu.
Antes de começar a carregar as peças, sentei em uma cadeira que ali estava, fechei os olhos e pedi perdão ao meu amigo. Perdão por estar levando tudo aquilo que ele amealhou em uma vida inteira de trabalho. Em seguida, agradeci a ele por ter deixado tudo aquilo para mim! Só então, lentamente comecei a separar e carregar as coisas. Levei quase dois meses para pegar tudo, foram exatamente 17 viagens com a minha C10. A caçamba lotada até a altura da cabine, e dentro dela, somente sobrou um pequeno espaço para eu poder dirigir. Lotada mesmo, em todas as dezessete viagens.
Muitos anos antes... Dart de Luxo 1975.
Certa vez apareceu na oficina, um senhor que veio de mudança do interior do estado. Se chamava Machado. Queria me conhecer e falar a respeito da manutenção do Dodge que tinha. Este homem tinha vários postos de gasolina no estado do RS. Sendo que, dois deles, tinha comprado recentemente em Taquara.
Recebo semanalmente na minha caixa de mensagem, inúmeros e-mails de alguns leitores deste blog. Alguns deles querem agradecer pela iniviativa do blog, outros querem peças, dicas de manutenção, outros apenas conversar sobre dodges, e etc, etc. Mas, tem alguns em especial, que realmente me deixam profundamente sensibilizado. São relatos particulares, profundos, íntimos, que apenas são relatados entre grandes amigos. Um exemplo, foi o que recebi semana passada, do amigo Fabrício (Dart 74 preto onix). Cara, tu realmente é uma pessoa honrada, no verdadeiro sentido que esta palavra significa, a tua felicidade nesta vida está garantida.
Em uma noite no final do ano de 1996, o meu grande amigo Darcy Ferrari (o homem que realmente tinha milhares de peças de dodge) me ligou para conversar. Ficamos quase uma hora ao telefone. Ele tinha perdido o único filho recentemente e estava passando por uma fase bem difícil da vida. Me disse que, para ele, a vida não tinha mais sentido, estava velho e cansado. Perdera o encanto pela vida, estava sem forças para continuar. Não queria mais trabalhar. Estava muito abatido e triste. No final da nossa conversa ele me ofereceu todo o estoque de peças que tinha e mais 4 Dodges que tinha em casa. Tentei muito anima-lo, mas... nestas horas acho que não tem muito o que se falar para animar uma pessoa. O melhor é escutar e deixar a pessoa desabafar.
Disse a ele que iria lhe fazer uma visita nos próximos dias, mas já de ante mão, avisei que não poderia comprar as peças, e muito menos os carros. Pois eu estava em ritmo acelerado na construção da minha casa. Se me virasse de cabeça para baixo, só cairiam contas. Eu também não queria que ele parasse de trabalhar, ele sempre foi um incentivador, parceiro e modelo para mim. Principalmente nas épocas criticas de se trabalhar com dodges. Que foram praticamente toda a década de noventa. Os ricos que tinham dodges quando novos, praticamente já não existiam mais. A nova classe de proprietários era bem baixa, em todos os sentidos. Claro , com exceções.
Os dodges passaram por uma fase de destruição nos anos 90. E digo de certeza para vocês, as pessoas como eu e ele sofreram muito nesta época. Nós investimos a nossa vida inteira em restaurações e compras de peças. Foram feitos investimentos de grande monta em ferramentas, pesquisas e tudo mais relacionado a Dodge. Foram milhares de reais investidos, que nesta fase, não houve um retorno satisfatório. Os preços dos carros cairam vertiginosamente e paralelamente a isto, ninguém queria pagar quase nada pelas peças. Conheci inúmeras pessoas que trabalhavam com peças de Dodge e Galaxie que abandonaram tudo, ou porque faliram ou se desesperançaram com as vendas. Eu mesmo, muitas vezes, fui desencorajado por alguns amigos mais intimos, eles me diziam :-" Cara, larga tudo isto porque já era, estes carros nunca mais vão valer alguma coisa!! Mas, eu sempre fui muito persistente e acreditei que as coisas iriam mudar. Como dizia o meu sogro, em um negócio o cara tem de criar limo nas mãos. Todo tipo de ramo tem seus altos e baixos. Mas naquela época realmente estava demais.
Não é difícil imaginar. Pensem no ramo de negócios de vocês. Tu faz vários investimentos esperando um retorno e ele não vem. Somado a isto, por diversas vezes, apareciam compradores maldosos e inescrupulosos, que quase na sua totalidade, não tinham a mínima condição financeira de ter um carro. Como não tinham condições de comprar peças, quando saiam da minha frente falavam mal e denegriam a imagem. Senti isto na pele! É que naquela época, dodge não era um carro antigo, era um carro velho, este diferencial é muito significativo!! Este tipo de gente existe até hoje, são pessoas que não tem a mínima noção do que é, e era, empreender no ramo de autopeças antigas.
Hoje em dia é muito bom se comparado naquela época! Não estou falando de ferro velho! E mesmo que assim falasse, se pensarmos em um ferro velho, este lida com todos os tipos de carros e não somente com uma marca exclusiva, e pior ainda se esta marca for falida! Comprar um produto sabendo que só vai vende-lo anos depois, ou até mesmo nunca vende-lo, é literalmente ficar com o dinheiro em uma prateleira! Também não queiram comparar com as pessoas que, aleatoriamente, tem uma peça ou outra. Por isto, eu particularmente, não vendo peças baratas. Graças a Deus, não dependo mais destas vendas para sobreviver. Por muitas vezes comprei peças sem precisar comprar. Por várias vezes deixei de fazer o que gostava para manter estoques ou pelo prazer de possuir as tão desejadas caixinhas azul/branco/vermelho.
Uma pequena amostra das inumeras caixinhas mágicas Mopar |
Mas voltando ao Ferrari. Uma semana depois fui até a oficina dele. Passei o dia inteiro lá, conversamos muito, relembramos das coisas boas que tinhamos vivenciado juntos, de tudo de bom que tinhamos adquirido com o nosso trabalho. Relembramos dos clientes e dos casos engraçados que tinhamos vivenciado. Tinhamos passado muita coisa em comum. Alguns dias depois ele me ligou novamente para dizer que iria contiuar trabalhando por mais algum tempo, tocar a vida pra frente! Acho que valeu a pena a minha visita a ele!
Bom, neste época comprei o serviço de guincho em Taquara. Fazia a remoção de carros acidentados, problemas de documentação, carros roubados, etc. Trabalhava integrado com as três polícias da cidade. Civil, militar e rodoviária. Trabalhava neste serviço 7 dias por semana, 24 hora por dia. Meu plantão era permanente, foi uma época em que fiquei quase louco! Então nos afastamos por alguns anos. Seguidas foram as vezes que fui a Porto Alegre levar um carro acidentado, mas quase sempre, minhas idas até Porto Alegre eram à noite ou durante as madrugadas. Nas poucas vezes que fui durante o dia, dava uma rápida passada lá para por as conversas em dia. Mas, infelizmente, eu não via mais felicidade em seus olhos! Nas últimas vezes que fui, não encontrei ninguém, tanto na oficina como em casa. Também por escassas vezes nos ligavamos.
Passaram-se alguns anos, certo dia um outro senhor de Porto Alegre me ligou oferecendo um razoável estoque de peças de Dodge. Combinamos um horário e fui até lá. O sujeito morava em um apartamento bem no centro da cidade, e este estava atulhado de peças. Ele morava sozinho, tinha apenas um cachorrinho que vivia com ele. Para andar no apartamento a gente tinha que pular por cima das peças. Era lindo e horrivel ao mesmo tempo. Se ele fosse casado, seria o caos! Isto vem bem a calhar com o que escrevi em uma postagem passada. Os antigos donos de Dodge montaram verdadeiros acessórios em casa. Bom, para variar um pouco, comprei todas as peças dele. Fiz duas viagens com minha Chevrolet C10, atulhada, para poder trazer tudo. Na segunda e última viagem que fiz, quando estava saindo de Porto Alegre, me bateu uma saudade enorme do amigo Ferrari, então resolvi voltar e passar na casa dele. Pensei que se tivesse sorte, encontraria ele em casa.
Cheguei em frente a casa e bati palmas várias vezes. Esperei por uns 10 minutos e nada! Estava quase indo embora quando vi movimento dentro de casa.. Quem me atendeu foi dona Angela, esposa do Ferrari. No primeiro momento ela não me reconheceu, aí eu disse: -Sou eu, o Cuti! de Taquara! Ela respondeu sorrindo:" -Nossa, como tu envelheceu! Não te reconheci sem cabelos e de barba grisalha!" Rimos um pouco e lhe perguntei pelo meu amigo. Ela me respondeu: "-Infelizmente o teu grande amigo faleceu, já fazem 4 meses". Não escondo que fiquei com os olhos marejados, exatamente como agora, enquanto relembro esta história...
Dona Angela e eu, conversamos demoradamente sobre o meu amigo. Ela me contou que, nos últimos tempos de vida, o Ferrari falava muito em mim, quase que todos os dias. Que me queria como se fosse um filho, me ensinou muitas coisas e também prendeu! Naquele momento eu tinha um enorme nó entalado na minha garganta. Ela continuava falando e eu não escutava nada! Na minha cabeça passava um filme, em alta rotação, recheado de imagens e lembranças dos tempos de convívio com meu amigo. Passaram-se alguns minutos até que eu voltasse a realidade e começasse a escuta-la novamente. Eu sabia que aquele momento seria um marco para mim. Uma amizade ímpar tinha chegado ao fim da jornada. E certamente, a minha vida, também não seria mais a mesma coisa.
Conversamos por mais de uma hora e não tive coragem de lhe perguntar a respeito das peças, mas... não foi preciso, ele mesma falou.
Me disse: "-Cuti, por diversas vezes pensei... quando tu irias aparecer aqui, não te liguei porque não sabia teu número. O Ferrari, prevendo sua partida, alguns dias antes de falecer, me mandou esperar, porque sabia que, mais dia menos dia tu irias aparecer e quando tu viesse, eu vendesse todas as ´peças pra ti. Elas estão te esperando já faz algum tempo".
Ela continuou: "-Eu não entendo nada de peças, a algum tempo veio um rapaz aqui, queria uma lanterna traseira do Magnum. Fui até o depósito e peguei uma nova. O rapaz disse que iria me pagar na outra semana. Ele levou a lanterna e nunca mais apareceu, não recebi até hoje, depois de meses". Realmente eu não consigo acreditar que um ser humano possa se aproveitar de uma senhora, em uma hora difícil como a que ela estava passando!
Bom, acertamos o preço, peguei o talão de cheques e paguei ela naquele momento, sem ao menos olhar o que tinha de peças em estoque. Sentia um misto de tristeza, saudade e alegria. Uma combinação nada harmônica. Combinei com ela de começar a buscar as peças na semana seguinte, pois já estava com a minha C10 lotada de peças da outra compra. Os Dodges, o Ferrari tinha vendido antes de morrer.
Esta foi o primeiro dos vários cartões que ganhei do Ferrari. Início da década de oitenta. |
Dona Angela olhou para mim, me pediu licença e disse-me que precisaria dar uma saída, mas voltava logo. Que eu ficasse a vontade, com se estivesse em casa. Virou as costas a saiu.
Antes de começar a carregar as peças, sentei em uma cadeira que ali estava, fechei os olhos e pedi perdão ao meu amigo. Perdão por estar levando tudo aquilo que ele amealhou em uma vida inteira de trabalho. Em seguida, agradeci a ele por ter deixado tudo aquilo para mim! Só então, lentamente comecei a separar e carregar as coisas. Levei quase dois meses para pegar tudo, foram exatamente 17 viagens com a minha C10. A caçamba lotada até a altura da cabine, e dentro dela, somente sobrou um pequeno espaço para eu poder dirigir. Lotada mesmo, em todas as dezessete viagens.
Meu cartão da oficina nas décadas de 80 e 90 |
Cartão da época do guincho |
Muitos anos antes... Dart de Luxo 1975.
Certa vez apareceu na oficina, um senhor que veio de mudança do interior do estado. Se chamava Machado. Queria me conhecer e falar a respeito da manutenção do Dodge que tinha. Este homem tinha vários postos de gasolina no estado do RS. Sendo que, dois deles, tinha comprado recentemente em Taquara.
Além de ser uma ótima pessoa, se tornou um excelente cliente. Fazia manutenções regulares no Dodge, pois viajava regularmente com o carro por todo o estado do RS. Ele logo se agradou do meu jeito simples e prático de fazer as coisas. Acho que por isto fiz tantos clientes no estado inteiro, tenho facilidade em explicar as coisas de um modo tão simples que o mais leigo entende rapidamente. Conheci inumeros mecânicos que gostavam, e gostam até hoje, de usar palavras difíceis, termos em ingles, cálculos matemáticos e físicos que somente são usados na NASA, mas na realidade não conseguem explicar e convencer a eles mesmos. Sei que neste ramo de mecânicos, como a maioria das profissões, existe muita inveja, falta de caráter. E assim como todo mundo, de longe fui uma unanimidade! Tem muita gente que fala mal da concorrência, e eu também não escapei disto. Semana passada quando o Mário Buzian esteve aqui me visitando, me falou de mais um. O engraçado disto, é que, nas raras vezes que encontro o tal sujeito, vem me puxar saco! É mole?? E não é somente os mecânicos, tem cliente também. Cada um no seu setor. Os mecânicos porque querem os teus clientes e os clientes porque o cara é um careiro de marca maior, pelo menos no meu caso, porque, nos meus quase trinta anos de oficina, não lembro de um cliente que saisse descontente com a qualidade do serviço, por preço sim, eu nunca fui barateiro! Mas, desejo sorte a todos eles, porque eu já fiz a minha parte, e quando me perguntam sobre alguém, dificilmente vão me escutar denegrindo a imagem, procuro sempre ressaltar algo positivo!
Bueno, desculpe o desabafo!! Fiquei fazendo a manutenção deste carro por aproximadamente um ano, depois o sr Machado trocou o Dodge por um Maverick V8, com o qual, eu também comecei a realizar a manutenção periódicamente.
O sr Machado ficou com o Maverick por apenas alguns meses, acho que se decepcionou um pouco, pois o carro não era grande coisa, e provavelmente se decepcionou também com os postos de combustível em Taquara. pois acabou vendendo o carro e os dois postos de combustível.
A coisa mais gratificante para um profissional, é ser reconhecido pelo que faz bem feito. As vezes é ate mais importante que o dinheiro. Existem várias pessoas que não fazem esta gentileza, mas não foi o caso do senhor Machado. No dia em que foi embora de Taquara, me convidou para uma grande festa que fez, para se despedir dos amigos que tinha feito na cidade. E eu fui um dos homenageados.
Senhor Machado, se algum dia chegar a ler esta postagem, quero que saibas que também o considero, até hoje, um grande amigo.Obrigado por tudo!
Nunca mais tive notícias dele. Não sei também que fim levou o Maverick.
Bueno, desculpe o desabafo!! Fiquei fazendo a manutenção deste carro por aproximadamente um ano, depois o sr Machado trocou o Dodge por um Maverick V8, com o qual, eu também comecei a realizar a manutenção periódicamente.
O sr Machado ficou com o Maverick por apenas alguns meses, acho que se decepcionou um pouco, pois o carro não era grande coisa, e provavelmente se decepcionou também com os postos de combustível em Taquara. pois acabou vendendo o carro e os dois postos de combustível.
A coisa mais gratificante para um profissional, é ser reconhecido pelo que faz bem feito. As vezes é ate mais importante que o dinheiro. Existem várias pessoas que não fazem esta gentileza, mas não foi o caso do senhor Machado. No dia em que foi embora de Taquara, me convidou para uma grande festa que fez, para se despedir dos amigos que tinha feito na cidade. E eu fui um dos homenageados.
Senhor Machado, se algum dia chegar a ler esta postagem, quero que saibas que também o considero, até hoje, um grande amigo.Obrigado por tudo!
Nunca mais tive notícias dele. Não sei também que fim levou o Maverick.
Em frente a minha primeira oficina, que se localizava no terreno ao lado da casa dos meus pais |
Algum tempo depois, descobri que o Dodge estava com um cara que fazia entregas com uma Kombi. Este sejeito não tinha garagem e deixava o carro na rua. Certa noite, um bebum dirigindo uma Brasilia achou o Dodge estacionado e colocou a traseira para dentro. O dono não tinha recursos para arrumar o Dodge e muito menos o borracho que bateu nele.
Então o Dodge ficou parado e abandonado no local por algum tempo. A aparência do carro até não era muito boa, mas a macânica eu conhecia, então passei lá e comprei o Dodge. Comecei a depena-lo no mesmo dia. Tinha encomendas de várias peças. Tinha um ótimo motor e uma caixa de 4marchas muito boa.Esta foto foi tirada na semana em que comprei o Dart, imediatamente já foram vendidas algumas peças |
Imaginem o estrago que esta bundinha linda aí fez na Brasilia |
Olha o cantinho do Maverick GT, esta louco para que chegue a vez dele ser postado no blog |
Na proxima postagem Dodge Dart de Luxo Sedan, ano 1979 preto.
Cuti, realmente estou impressionado! Você foi um cara com muito caráter com teu amigo, ajudou-o muito, e mereceu este presente. Não poderia estar em melhores mãos. Eu acho que o mercado agora está melhor para quem tem peças. Eu as tenho em pouquíssima quantidade, e não vendo. Procuro sempre comprar frisos, lanternas, peças de acabamento, mas para meus carros.
ResponderExcluir\Particularmente eu não sou de pechinchar, se quero ou preciso e está dentro do que acho razoável, eu compro. Tenho a consciência muito tranquila que nunca enganei ninguém, apesar de já ter sido enganado. A pior delas foi um volante walrod de Charger, que comprei do rio Grande do sul, de um sujeito que tem um opala 4portas bege com interior vermelho. O volante era podre, somente encapado. E outras porcarias que são vendidas no Mercado Livre. Compro peças de vendedores bons, mas que cobram caro. É o preço de se ter um hobby. Realmente deve ter sido muito difícil trabalhar com pés de chinelo nos anos 90. Só deprime.
Grande abraço e parabéns pelo excelente post.
Vital
Vital
ResponderExcluirUm amigo de verdade merece toda a consideração, mesmo depois de morto. A nossa consciência pesa quando erramos. Quanto ao mercado de peças agora, está bem melhor do que na época, apesar de ainda ter gente que acha que peça velha não vale nada. Eu também nunca pechinchei peças, quando não tinha o dinheiro suficiênte simplesmente agradecia. É claro que existem muitos vendedores desonestos, mas tem vida curta no negócio. Obrigado pelo comentario
Abração
Cuti
Grande Cuti!
ResponderExcluirMais uma postagem muito bacana no seu blog.
O bom das suas postagens, é que além de você falar das suas aventuras com os seus carros, você também relata tantos momentos da sua vida.
Momentos esses que são grandes exemplos e incentivos para todas as pessoas que visitam o seu blog.
Mauricio
http://showroomimagensdopassado.blogspot.com/
Caro Maurício, obrigado pelo comentario! Eu é que agradeço por tudo, por vocês aguentarem minhas historias!
ResponderExcluirAbraço
Cuti
Cuti, meu amigo não sei o que dizer!muito obrigado!
ResponderExcluirPode ter certeza que nunca vou esquecer o que você me disse aquele dia! E vou continuar minha jornada, Obrigado pela força!!
Quanto ao comercio de peças, fiz grandes amigos, mais também conheci uns caras que num vale a pena perder tempo lembrando!
A algum tempo tive que fazer uma limpa na minhas coisas , vendi dois motores, um cambio 3 marchas, suspenção completa, radiadores cabecotes e por ai vai, tudo isso não deu nem R$1200,00 contos , mais agora quando precisei de uma peça liguei pro cara e perguntei se ele me vendia, o cara só falou não, é tá no direito dele
Mais que tem amigo num ta sózinho, tudo bem, consegui a peça e ta tudo certo!!!
Cuti, suas histórias são um passaporte para uma época fantástica e que não voltam mais. Quando tem um novo post, vou até a cozinha, pego uma xícara de café e esqueço da vida em frente ao computador.
ResponderExcluirContinue escrevendo, é um prazer poder fazer parte destas histórias fantásticas!
Obrigado!
E tenho um grande amigo que tem dois dodges em pé e dez encaixotados, como costumo brincar. Sempre que preciso de ajuda ele dá um jeito, principalmente se for carro 79. Perguntei de capô, ele respondeu que tem três. Rodas Magnum, 2 jogos. Volante de madeira. Quando perguntam se vende, a resposta é a mesma. Minhas peças não estão a venda.
ResponderExcluirAs rodas do meu Dart 73 vieram do estoque dele. Não vou falar o nome dele aqui, mas te mando por email. O engraçado é que peças viram uma mania. Eu tenho três pares de lanterna de Dart 73, para uma necessidade. 6 jogos de friso do capô. Quando vou usar??? Espero que nunca, mas estão lá....
grande abraço
Cuti,
ResponderExcluirÉ sempre muito bom aguardar as tuas novas postagens, elas trazem não só fatos e dados de época fielmente reproduzidos, mas principalmente LIÇÕES DE VIDA, pois aprende somente quem quer e quem presta atenção aos teus recados, sempre muito positivos, diga-se de passagem.
Eu acompanhei de muito perto o mercado de peças em geral nos anos 80 e 90, principalmente de Dodges, quando também era "freguês", e me desesperava ver uma peça novinha por um preço justo, mas que não parecia positivamente no produto final, pois naqueles tempos eu também era comerciante de carros usados...Cansei de escutar de muita gente a frase "pica essa porcaria que vc. ganha mais", ou "essa tranqueira não merece nem gastar ar no carburador, quanto mais gasolina", e por aí vai...
Eu sempre valorizei a profissão de vendedor de peças, e fiz muitos amigos nesse meio, que como tu mesmo disse, é cheio de altos e baixos...Quem vê hoje o teu estoque ou o do Seu Danilo não tem a menor idéia do que foi amealhar tudo isso, e quantas provações e gozações todos vocês tiveram de ouvir no decorrer dos anos...
Mas como dizia o avô de um grande amigo meu, "a hora mais escura acontece um pouquinho antes do clarear do dia", e agora o papel acaba se invertendo...
Acho mesmo que vc. deve manter a todo custo tudo o que puder segurar para seus maravilhosos Dodges e continua r a ser o Cuti sensacional que tu és, uma pessoa generosa, honrada e que ajuda (e muito, eu sou a prova viva disso !!)a todos os "doidos por Dodges" que nós somos...
Que sorte a minha de poder morar perto da tua casa, e mais sorte ainda de poder tê-lo aqui como um grande amigo, aquele que a gente passa horas e mais horas conversando e relembrando tantos momentos mágicos...
E na semana passada a felicidade de poder mostrar a ti o meu "meninão" que tu mesmo conheceu lá na garagem da Ulbra, foi contagiante...E como sempre, não poderia deixar de oferecer o volante da viatura a uma pessoa que tanto gosta e curte um Dodge, como poucos...
Esses momentos ficarão gravados para sempre, e como é bom poder compartilhá-los com quem a gente gosta e merece !!!
Concordo com o Marião! Tô com inveja de vcs dois, kkkk !!! Estou muito longe do RS, nào consigo dar uma volta de Sumatra!!!
ResponderExcluirabraços
Fabrício
ResponderExcluirEu não te conheço pessoalmente, mas tu demonstrou ter um enorme caráter. A vida vai te proporcionar muitas coisas boas pela frente. Obrigado por ser um dos participantes do meu blog. Com certeza é uma pessoa que pode ser chamada de AMIGO
Abração
Cuti
Prezado amigo Vital
ResponderExcluirDigo o mesmo dos comentários de vocês, para mim é uma hora muito agradavel,gosto de ler em silêncio e com muita atenção. Obrigado meu amigo
Cuti
Cara, guarda tuas peças para serem usadas ou vendidas a algum amigo quando precisar, pois quando nós precisarmos, é bem difícil e complicado para achar.
Não vai faltar oportunidade para tu andar com o Sumatra do Mário, quando menos esperar, estaremos juntos comendo aquela carne, rodeados de dodges
Abração
Cuti
Mário, obrigado por todas as palavras maravilhosas. E obrigado também por ser meu amigo. É o que de melhor temos nesta vida! Nuca neguei ajuda a quem precisou, mesmo sendo um estranho. Sabes que podes contar comigo para qualquer coisa. O prazer de eu ter vocês como amigos é indescritivel.
ResponderExcluirOutra coisa, vamos ter que pagar uma passagem para o Vital vir até aqui participar de uma volteada com o teu belíssimo carro
Muito obrigado meu amigo
Cuti
Cuti,
ResponderExcluirCom certeza vamos nos conhecer!
Faço questão!
Por enquanto vou te mandando umas fotos das minhas bagunças e do Dartão!
Quem sabe no MOPAR!
Até mais!!!
to doido pra comprar uma dessas caixinhas magicas só pra por na estante da sala!!!
Fabricio, com certeza, na primeira oportunidade
ResponderExcluirAbraço
Vital, quando cansar de andar de Charger zero bala e de Magnum, pega um vôo pro Salgado Filho em Porto Alegre que eu vou te buscar...De Dart Sumatra !!
ResponderExcluirServiço completo, daí passamos no Seu Danilo e terminamos à tarde na companhia do nosso amigo Cuti, pode ser assim ??
Prepara o Gardenal e o Dramin, porque vc. vai ENJOAR de tanto ver e ouvir falar de Dodge, hahahahahaa !!
Cuti, vamos deixar o nosso amigo com uma boa impressão da nossa terra querida, certo ??
É só marcar, Vital !!!
Abração a todos os amigos do blog !!!
Mário, Cuti, vou mesmo! amanhã bateu na trave, vou pra Sta Catarina cedo e volto a tarde. quando for para POA vou marcar sexta e voltar domingo! Cuti, prepara a carne e esquenta os Dodges! Marião, Sumatra no Aeroporto!
ResponderExcluirabraços
Mario e Vital, é só combinar. Já estou limpando os espetos!!hehehehehe
ResponderExcluirCuti,
ResponderExcluirMuito bom este post de hoje, acho que foi o melhor de todos até agora ... Se bem que aquele da chacina de passarinhos também foi demais ...
Abração,
Badolato
Grande Ferrari... lembro de todos os Dodgeiros comentando que quando precisavam peças, era pra lá que iam. Lembro de um quadro que ele tinha na parede, cheio de cheques sem-fundo que havia recebido de clientes. E das peças, claro, mas não sabia que ainda tinha tanta coisa ao falecer. Abraço,
ResponderExcluirJAmes
Badolato
ResponderExcluirÉ, a chacina de passarinhos não vai ser esquecida tão facilmente, mas tem muita história boa ainda pra contar. Obrigado pelo comentario
Abração
Cuti
James
ResponderExcluirGrande homem mesmo e principalmente meu amigo! O quadro de cheques veio junto nas peças. É cheque que não tem mais fim!!! A correria atrás de peças era grande naquela época, era bonito de ver.Obrigado pelo comentario
Abraço
Cuti
Cuti, este Dart branco foi apenas plano de fundo nesta excelente e comovente postagem!!! Show de bola, parabéns!!!
ResponderExcluirAhhhh.... essas caixinhas Mopars são MARAVILHOSAS!!! Hahaha...
Abração.
http://dodgefever.blogspot.com/
Marcos Jr
ResponderExcluirÉ , tem alguns carros que praticamente não tem historias comigo, pois logo que comprei já desmanchei, então o que fica são as lembranças. Obrigado pelo comentário
Abração
Cuti
MUITO INTERESSANTE SEU BLOG E SUAS HISTÓRIAS TAMBÉM. TEM UM AMIGO MEU AQUI DO PARANÁ QUE TEM UMA HISTÓRIA PARECIDA COM A TUA, SÓ QUE ELE ERA E É AFICCIONADO EM MAVERICKS, E TAMBÉM DESMANCHOU VÁRIOS PARA VENDER PEÇAS E RESTAURAR OUTROS. PELA SUA MÃO PASSARAM NADA MENOS DO QUE 37 MAVERICKS ENTRE OUTROS CARROS DA MESMA DÉCADA.A MAIS INTERESSANTE HISTÓRIA FOI A DE UM MAVERICK GT 74 (VERMELHO) QUE DE TANTO TEMPO PARADO NOS FUNDOS DE SUA OFICINA ( APROX. 15 ANOS), CRESCEU UMA ARVORE NO COFRE DO MOTOR (ESTE RETIRADO LOGO APÓS A COMPRA).AO INVES DE CORTAR A ARVORE ELE CORTOU O MAVERICK,À GOLPES DE MACHADO E COM A AJUDA DE UM TRATOR. MUITO TRISTE .
ResponderExcluirABRAÇO.
Cuti, a cada post minha admiração por voce como pessoa aumenta !!! Sabe por que ? Porque voce sabe dar valor ao que é realmente importante na vida, nossa familia e nossos amigos !!! Ninguém consegue ser feliz de verdade sem pessoas para compartilhar os momentos tristes e felizes que passamos. Pode ter certeza que como eu, muitos aqui se emocionaram com esta história, desta vez posso dizer com toda certeza que este foi o melhor post até agora !!! Parabéns por ser a pessoa que estamos conhecendo atraves deste blog !!! Espero um dia poder apertar sua mão pessoalmente, seria uma honra !
ResponderExcluirUm grande abraço
Edu Coxinha
Cuti, a leitura dessa história só confirma algo em que sempre acreditei: as verdadeiras amizades, são aquelas que resistem a qualquer distância e tempo. E isto é fácil de se comprovar quando encontramos um amigo que não vemos a muito tempo, e ao conversarmos parece que nos falamos a uma hora atrás. Amigo não é o irmão biológico, mas o irmão de coração . Com certeza o sr. Ferrari era um irmão seu de coração. Bela história,
ResponderExcluirum grande abraço!
Jõão Stadler
ResponderExcluirComo nas décadas passadas estes carros quase não tinham valor,acredito que foram várias as pessoas que tiveram muitos destes carros, só que não ficamos sabendo. Obrigado pelo comentário e continue comentando, pois isto é o combustível do escriba!!
Abração
Edu Coxinha
ResponderExcluirAgradeço as palavras, podes ter certeza que sera uma honra para mim também apertar a mão de vários de vocês. Certa vez uma pessoa me disse que irmão a gente não escolhe , agora amigo sim. Por isto nos aproximamos de pessoas que achamos ser iguais a nós, com mesmo caráter e sentimentos
Obrigado por tudo. Abração
Cuti
Max
ResponderExcluirBelas palavras, estas coberto de razão, amigo de verdade não tem preço, por isto precisamos zelar por eles. Ná minha próxima postagem vom contar uma histótia muito bonita de outro amigo meu que perdi
Abração
Cuti
Graande Cuti,
ResponderExcluirConfesso que fiquei emocionado ao ler esse post.
Mais que a celebração aos maravilhosos
Dodges, o teu blog se presta a celebração da amizade!!!
grande Abraço
Edu Silva
Edu Silva
ResponderExcluirObrigado amigo, emocionado fico eu ao ler os comentários de vocês
Grande abraço
Cuti
Grandes versos e prozas agradáveis.
ResponderExcluirFeliz aniversário atrasado!
Estive fora e não pude acessar, mas já atualizei a leitura.
Continue brindando a amizade por meio deste canal. Abraços
Que fantastico Cuti... E que exemplo de bom amigo, coisa muito dificil de se ver, pois eu tambem gosto muito de dodges, dou o meu sangue por eles, mas fazer amigos assim que podemos passar horas falando sobre algo ou compartilhar nossas historias esta muito dificil de se achar...
ResponderExcluirGostei muito do seu blog, voce tem muito carater, parabens e vida longa.
voce te e-mail, gostaria de poder compartilhar minhas historias dogisticas, pois vendo o seu blog so me da mais gosto de me dedicar ao meu dodge,
318 abraço,
Lucas.
Jacson
ResponderExcluirEstava sentindo falta dos teus comentários cara. Tua presença precisa ser permanente no blog! Obrigado pela visita
Abraço
Cuti
Lucas
ResponderExcluirSabe, o grande diferencial da minha amizade com o Ferrari, é que, além de nós trabalharmos com a mesma coisa (Dodge), nos nossos encontros nem sempre falavamos de carro, os assuntos eram dos mais variados. Acho muito cansativo uma pessoa que só fala na mesma coisa. E na época , falar de dodge era trabalho. Acho que este é o grande barato da amizade. Obrigado pelo comentario. Meu e-mail cuti70@bol.com.br
Abraço
Cuti, Acabei de ler todo o seu blog (Post's e comentários) e agora eu entendo o que você quis dizer do seu amigo Darcy Ferrari. Não sei o que você sentiu exatamente porque ainda não passei por isso, mas eu sinto muito pela sua perda.
ResponderExcluirTenho certeza que você é uma pessoa maravilhosa daquelas que os amigos se orgulham de ter você como um amigo. Queria muito te conhecer pessoalmente.
Um forte abraço.
Eliézer®
Caro Eliézer
ResponderExcluirÉ exatemente como diz a música, "Amigo é coisa pra se guardar dentro do coração". Já perdi vários amigos próximos, que , com certeza, fazem falta. Na próxima postagem vou falar de outro, talvez o melhor deles.
Obrigado pelo comentário
Abração
Cuti
Parabéns pelo Blog ! ! ! Esse é o espirito da coisa "CARROS ANTIGOS" fortes amizades e também grandes histórias ... Sempre acompanho suas postagem ... Parabéns ... Continue assim ... Abraços ...
ResponderExcluirBruno
ResponderExcluirObrigado pelo comentario e visita
Abração
Cuti