Hoje narro a história do meu 21° carro, 14° dodge.
Seguidamente eu vejo em outros blogs a polêmica que se criou a respeito da cor original das rodas dos nossos Dodges. Tenho opinião formada sobre isto, e posso dizer com certeza, e até posso parecer repetitivo, mas, tem muito Dodge alterado neste Brasil. E muitas são as pessoas que não sabem como foi a história pregressa dos seus carros e costumes dos seus antigos donos.
A cultura das décadas passadas de incremantar os carros é mais ou menos como hoje em dia. Não chega a ser tanto como naquela época, mas muitos ainda colocam rodas esportivas e outros adornos que descaracterizam os carros. Antigamente tu mandava o teu carro para uma oficina fazer algum retoque na pintura, ou até mesmo um polimento, prontamente junto a isto, era feita pintura nas rodas para revitalizar o carro. E ninguém pintava as rodas dos Dodges de azul, eram todas repintadas de cinza ou preto!
E quando os novos proprietários de Dodge me falam que seus carros tem pouquissima quilometragem, só porque marca no hodômetro do painel do carro, eu realmente perco as forças!!! Ora, um dos carros mais caros e luxuosos do nossa frota passada, que hoje tem mais de trinta anos de uso, beirando os quarenta, e não foi rodado?? Me perdoem, mas esta é uma afirmação bem duvidosa!!! Noventa por cento dos Dodges que existem por aí passaram as décadas de oitenta e noventa nas mãos de picaretas. Gente que não sabia nada de Dodge! Os carros foram muito alterados no passado.
Uma coisa que escuto muito falar: "-Engraçado!! O estepe do meu Dodge é pintado da cor azul e as rodas são cinzas!" É que quando as rodas azuis foram pintadas no passado, por economia de tinta ou mão de obra, não pintaram os estepes!! Podem acreditar!
Falo aqui das rodas de Charger 74/78 e dos Dart acima de 1976. Exceto todos os SE e os Dart 70/75, que vinham com as rodas pintadas de cinza. Charger que não tinha roda magnum tinha roda rallye azul.
A algum tempo atrás, li e assino em baixo, o que o nosso amigo Badolato falou a respeito dos dodges alterados no passado. "O cara que altera um dodge, não imagina o custo de deixa-lo novamente original, colocar fora todo aquele monte de entulhos que colocaram no carro e retransforma-lo ao estado original dá muito trabalho e tem um custo bem elevado". É a pura verdade!
Como diz o ditado: -Mato a cobra e mostro o pau:
LeBaron 1980
Certo dia meu pai me contou que tinha um cliente na cidade de Parobé, e este, estava lhe devendo dinheiro de algumas vendas. Este senhor, tinha comprado mercadorias do meu pai e não estava conseguindo pagar. Meu pai então me falou que o mesmo teria lhe oferecido um Dodge LeBaron como pagamento. Combinamos um dia e fomos lá olhar o carro. Quando chegamos em frente a casa deste senhor eu, de cara, já me desgostei da situação, não pelo carro propriamente dito, mas por uma cena que eu vi.
Era uma casa simples com uma garagem ao lado, a porta da garagem estava entreaberta e dava para se ver parte da traseira do LeBaron, foi a primeira coisa que vi. Mas quando desci do carro, avistei um guri,de no máximo uns 8 anos, sentado na varanda da frente da casa. Este pestinha estava com o manual do proprietario do LeBaron nas mãos, arrancava folha por folha. O jardim da frente da casa estava repleto de páginas deste manual. E a pateta da mãe sentada ao lado não fazia nada! Quase me avancei no guri, mas o certo mesmo era ter avançado no pai dele!! Não atinei mais nada e sem pudor algum, comecei a juntar as páginas e coloca-las no meu bolso.
Seguidamente eu vejo em outros blogs a polêmica que se criou a respeito da cor original das rodas dos nossos Dodges. Tenho opinião formada sobre isto, e posso dizer com certeza, e até posso parecer repetitivo, mas, tem muito Dodge alterado neste Brasil. E muitas são as pessoas que não sabem como foi a história pregressa dos seus carros e costumes dos seus antigos donos.
A cultura das décadas passadas de incremantar os carros é mais ou menos como hoje em dia. Não chega a ser tanto como naquela época, mas muitos ainda colocam rodas esportivas e outros adornos que descaracterizam os carros. Antigamente tu mandava o teu carro para uma oficina fazer algum retoque na pintura, ou até mesmo um polimento, prontamente junto a isto, era feita pintura nas rodas para revitalizar o carro. E ninguém pintava as rodas dos Dodges de azul, eram todas repintadas de cinza ou preto!
E quando os novos proprietários de Dodge me falam que seus carros tem pouquissima quilometragem, só porque marca no hodômetro do painel do carro, eu realmente perco as forças!!! Ora, um dos carros mais caros e luxuosos do nossa frota passada, que hoje tem mais de trinta anos de uso, beirando os quarenta, e não foi rodado?? Me perdoem, mas esta é uma afirmação bem duvidosa!!! Noventa por cento dos Dodges que existem por aí passaram as décadas de oitenta e noventa nas mãos de picaretas. Gente que não sabia nada de Dodge! Os carros foram muito alterados no passado.
Uma coisa que escuto muito falar: "-Engraçado!! O estepe do meu Dodge é pintado da cor azul e as rodas são cinzas!" É que quando as rodas azuis foram pintadas no passado, por economia de tinta ou mão de obra, não pintaram os estepes!! Podem acreditar!
Falo aqui das rodas de Charger 74/78 e dos Dart acima de 1976. Exceto todos os SE e os Dart 70/75, que vinham com as rodas pintadas de cinza. Charger que não tinha roda magnum tinha roda rallye azul.
A algum tempo atrás, li e assino em baixo, o que o nosso amigo Badolato falou a respeito dos dodges alterados no passado. "O cara que altera um dodge, não imagina o custo de deixa-lo novamente original, colocar fora todo aquele monte de entulhos que colocaram no carro e retransforma-lo ao estado original dá muito trabalho e tem um custo bem elevado". É a pura verdade!
Como diz o ditado: -Mato a cobra e mostro o pau:
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Rodas do Charger R/T 1974 - Azul!!! |
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Rodas do Charger R/T 1975 - Azul!!! |
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Rodas do Charger R/T 1976 - Azul!!! |
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Rodas do Charger R/T 1977 - Azul!!! |
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Rodas do Charger R/T 1978 -Azul!!! |
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Estas duas aí, tem até os pneus originais ainda!! Linha 79- Pirelli Cinturato CN15-185/70-14 Azulzinhas como vieram de fábrica |
Certo dia meu pai me contou que tinha um cliente na cidade de Parobé, e este, estava lhe devendo dinheiro de algumas vendas. Este senhor, tinha comprado mercadorias do meu pai e não estava conseguindo pagar. Meu pai então me falou que o mesmo teria lhe oferecido um Dodge LeBaron como pagamento. Combinamos um dia e fomos lá olhar o carro. Quando chegamos em frente a casa deste senhor eu, de cara, já me desgostei da situação, não pelo carro propriamente dito, mas por uma cena que eu vi.
Era uma casa simples com uma garagem ao lado, a porta da garagem estava entreaberta e dava para se ver parte da traseira do LeBaron, foi a primeira coisa que vi. Mas quando desci do carro, avistei um guri,de no máximo uns 8 anos, sentado na varanda da frente da casa. Este pestinha estava com o manual do proprietario do LeBaron nas mãos, arrancava folha por folha. O jardim da frente da casa estava repleto de páginas deste manual. E a pateta da mãe sentada ao lado não fazia nada! Quase me avancei no guri, mas o certo mesmo era ter avançado no pai dele!! Não atinei mais nada e sem pudor algum, comecei a juntar as páginas e coloca-las no meu bolso.
Bom, fiquei tão enojado da cena que não quis o carro. Meu pai argumentou para olharmos o carro, então fui até na garagem. O carro por fora era razoável, mas por dentro, inacreditavelmente, estava novo!! Os bancos do LeBaron eram impecáveis, o tecido perfeito, com os botões da forração todos em seus lugares. Realmente o Lebaron tem um interior inigualável!!! Mas, continuei minha inspeção e quando abri o porta malas quase tive um ataque! Aí tive a certeza que não queria aquele carro, encontrei dois butijões de gás!! O carro era movido a gás de cozinha. Não teve mais argumento, não queria mais o carro de jeito nenhum. Hoje me arrependo, mas na época botei a boca no dono do LeBaron. Coitado,era apenas um fruto do sistema da época.
Quando virei as costas para sair, o senhor me pediu as folhas do manual, que eu tinha juntado do chão. Eu me virei para trás e disse: "-O QUE????? O senhor não tem vergonha?? Não sabe ensinar ao próprio filho o que deve e não deve ser feito!! Estas folhas iriam todas voar para o lixo!! Não devolvo!!". Aproveitei o momento e frisei bem os meus motivos para não querer o carro: "-Não quero este carro porque voces são uns relaxados!!" E fomos embora, não devolvi a s páginas.
Nas décadas de oitenta e novente existiam milhares de carros grandes movidos a gás de cozinha, na maioria deles Galaxies, Dodges, Mavericks e Opalas 4100. Alguns dias atrás, quando conversava com meu amigo Mário Buzian, comentei sobre os Dodges existentes com baixa quilometragem. Isto é raro!!! Os proprietários de hoje não tem idéia do que faziam com estes carros no passado. As pessoas de poder aquisitivo alto, que tinham estes carros, rodavam muito, mas muito mesmo!! Quando os menos favorecidos financeiramente adquiriram os carros, também queriam rodar. Então usavam de todos os subterfugios para isto, e o gás de cozinha era o preferido!! Existiam milhares de Dodges movidos por este combustível na década de noventa. Lembro bem que quando eu era abordado em uma blitz da polícia, a primeira coisa que eles perguntavam era:-"É movido a gás??" Sempre me mandavam abrir o porta malas!!
Por isto seguidamente eu fico meio embasbacado quando alguem me vem dizer hoje em dia que : Aah , o meu Dodge tem só 30 mil km, 40mil km, 80 ou 100mil!!! Como tu sabe ???? São raros os proprietarios que sabem da vida pregressa dos seus carros. Dodge com mais de 500mil quilometros é bem comum!
Quando virei as costas para sair, o senhor me pediu as folhas do manual, que eu tinha juntado do chão. Eu me virei para trás e disse: "-O QUE????? O senhor não tem vergonha?? Não sabe ensinar ao próprio filho o que deve e não deve ser feito!! Estas folhas iriam todas voar para o lixo!! Não devolvo!!". Aproveitei o momento e frisei bem os meus motivos para não querer o carro: "-Não quero este carro porque voces são uns relaxados!!" E fomos embora, não devolvi a s páginas.
Nas décadas de oitenta e novente existiam milhares de carros grandes movidos a gás de cozinha, na maioria deles Galaxies, Dodges, Mavericks e Opalas 4100. Alguns dias atrás, quando conversava com meu amigo Mário Buzian, comentei sobre os Dodges existentes com baixa quilometragem. Isto é raro!!! Os proprietários de hoje não tem idéia do que faziam com estes carros no passado. As pessoas de poder aquisitivo alto, que tinham estes carros, rodavam muito, mas muito mesmo!! Quando os menos favorecidos financeiramente adquiriram os carros, também queriam rodar. Então usavam de todos os subterfugios para isto, e o gás de cozinha era o preferido!! Existiam milhares de Dodges movidos por este combustível na década de noventa. Lembro bem que quando eu era abordado em uma blitz da polícia, a primeira coisa que eles perguntavam era:-"É movido a gás??" Sempre me mandavam abrir o porta malas!!
Por isto seguidamente eu fico meio embasbacado quando alguem me vem dizer hoje em dia que : Aah , o meu Dodge tem só 30 mil km, 40mil km, 80 ou 100mil!!! Como tu sabe ???? São raros os proprietarios que sabem da vida pregressa dos seus carros. Dodge com mais de 500mil quilometros é bem comum!
Quando eu estava fazendo faculdade, as vezes ia de carona com um senhor, ele tinha uma Caravan 1979, Verde , SS6. Nova, muito inteira mesmo! Movida à gás!! Dá prara acreditar???
Bom, passados alguns meses, um cliente meu comprou o LeBaron do cliente do meu pai. Sujeito bem conhecido aqui na região pelo apelido de Perinha. Este andou com o carro por algum tempo. Em uma certa madrugada o Péra vinha pela RS115, Novo Hamburgo a Taquara, e deu uma bangornada com o LeBaron na traseira de um outro carro. O estrago foi grande na frente. Quebrou todo o bico de fibra, o capô dobrou bem no meio e os dois paralamas dianteiros amassaram. Me disse o Perinha que a mira do Dodge voou uns cem metros de distância na hora do choque!
Bom, o carro estava com a documentação toda atrasada e foi recolhido para o depósito do guincho. O Perinha por sua vez, bem desligadão, deixou o carro preso no depósito. Passado mais um tempo ele comprou um Charger na cidade de Campo Bom-RS. Este Charger estava sendo restaurado em uma oficina daquela cidade. O Perinha veio a minha procura para que eu concluisse o serviço no novo Dodge. Entramos no seguinte acordo. Eu terminaria o Charger em troca do LeBaron, e assim foi. Paguei os documentos atrasados, o serviço do guincho e busquei o Dodge.
Primeiro alinhei e recoloquei a frente do LeBaron toda no lugar, troquei capô e o bico de fibra. Quando fiz o motor funcionar, me apavorei com o que vi. O motor do carro parecia ser a diesel, não queimava óleo, derramava óleo pelo cano de descarga. Batia e fumava como nunca tinha visto Dodge algum fazer.
Então comecei a andar com este carro do jeito que estava, colocava óleo de caixa de câmbio no motor, hipoide 90. É nestas horas que digo que um Dodge é um tanque. Andei vários meses com óleo 90 no motor. Fazia uma fumaceira e saía um cheiro horrivel, parecia que o carro era uma grande frigideira, cheia de batata frita. Certamente ninguém queria andar atrás de mim. Pensei para mim mesmo, vou andar com este carro assim como está, até fundir o motor. Coloquei pula macacos nas velas e segui andando. Mas isto não aconteceu! O motor não fundia. Pegava bem e nos meses em que andei com ele assim, nunca me deixou na mão.
Foi bem nesta época que comecei a namorar minha esposa. Em uma das primeiras vezes que fui a casa dela, fui com este carro. Era horrivel, tinha várias cores diferentes. O capô era preto, um dos paralamas era verde e o outro branco. E aquele fedorão de óleo queimado?? Nem me fala. Bom , jantei na casa dos meus futuros sogros e lá pela meia noite resolvi ir embora. A rua em frente a casa deles, estava sendo asfaltada. Tinham feito enormes boeiros na beira da rua. Quando estava dando marcha à ré no LeBaron, caí em um destes boeiros. A cena era triste de ver!! A lateral traseira do dodge ficou acavalada no asfalto, uma roda traseira, a direita, ficou no ar dentro do boeiro. No dia em que conheci meu sogro , tive que ir pedir ajuda para tirar o carro do boeiro. Paguei um baita micão na largada!!! Depois de algumas macaqueadas tiramos o LeBaron do buraco.
Então, certo dia parei de andar com ele e comecei a reforma-lo. Motor eu tinha varios, então coloquei um outro. A lata é que deu bastante trabalho. O interior do carro era muito bom, dava gosto de ver. Era o que me animava no carro. Não sei como com aqueles relaxados, mas era ótimo. No final das contas o carro ficou lindo, o vinil ainda original e sem rasgos, fez um lindo acabamento externo.
Sei que na véspera das minhas férias o carro ficou pronto. Fiz uma praia sensacional com ele. Logo que voltei, minha então namorada Valquiria, precisava de uma carro. Ela lecionava em um colégio na cidade de Parobé e precisava ir todos os dias aquela cidade. Então, este LeBaron foi o primeiro dos três dodges que dei de presente à ela.
Usou o carro por um ano inteiro, todos os dias. Neste tempo, ela acabou achando mais cinco professoras para irem com ela, rachavam a gasolina. Imaginem a festa que essa mulherada não fazia dentro de um belo carro como o LeBaron!! Um dia me ligou meio apavorada, tinha acavalado as marchas do Dodge. A alavanca tinha ficado trancada na terceira marcha. Disse a ela que viesse até Taquara assim mesmo. A dificuldade maior seria nas arrancadas, mas queimando um pouco de embreagem, o dodge arranca em terceira razoavelmente bem. No final do ano quando ela entrou em férias já estava decidida a não voltar a lecionar no próximo. Então ficou usando o LeBaron no dia a dia.
Foi justamente nesta época em que apareceu o Vanderlei, aquele que tinha se desiludido com um Charger, e que eu comprei com a promessa de lhe arranjar um Dodge. Colocou os olhos em cima do carro e se apaixonou.
Depois de uma breve tratativa, entramos em um acordo para a compra e venda do LeBaron. O amigo Vaderlei ficou muito satisfeito com o carro, andou com ele um bom tempo sem ter problemas.
Passados alguns meses ele me ligou meio apavorado, tinha batido o carro em um poste de iluminação pública. Isto foi em uma sexta à noite. Me disse que tinha saido com alguns amigos e tomado uns tragos a mais, se perdeu no centro da cidade de Parobé, subiu a calçada e parou somente ao encontrar o poste.
Mandei buscar o carro com um guincho e levei para minha oficina. Um mês depois o carro estava pronto novamente. Como o Vanderlei não tinha muita grana, eu combinei com ele que faria o serviço em 4 pagamentos. Mas o Vanderlei era um cara que ganhava muito pouco, morava ainda com os pais. Foi uma dificuldade para ele conseguir me pagar o conserto. Levou oito meses! Neste meio tempo ele ficou desempregado e vendeu o LeBaron.
No tempo em que esteve comigo, usei este LeBaron para rebocar alguns outros dodges que comprei. Tem algumas histórias bem bacanas, como quando comprei um Dart 79 conversível em Porto Alegre, foi uma festa a volta. E outro foi um Galaxie Limosine. Mas estas eu conto quando chegar a vez dos carros.
Algum tempo depois eu vi este dodge em um ferro velho da cidade de Novo Hamburgo, já todo picado. Foi o fim de um carro que literalmente não teve muita sorte na vida. É uma pena, pois foi uma dos melhores dodges que dirigi!
Semana passada lembrei de um fato bacana deste dodge. Aqui na nossa região tem um costume que vem de muito tempo na semana santa. Na noite da quinta feira santa para a madrugada de sexta, acontece a colheita da marcela. São milhares de motoqueiros que passam por Taquara em direção a São Francisco de Paula. Eles vem de todos os lugares. Hoje não participo mais, mas à alguns anos atrás, eu e alguns amigos ficavamos na RS020 esperando os motoqueiros passarem, isto ia madrugada a dentro até o amanhecer do dia. Taquara era um ponto de parada para quase todos eles, paravam na cidade para descansar e se abastecer de garrafões de vinho e cachaça. Brigavam, riam, faziam todo o tipo de prova com suas motos. Naquela época esta legião de motoqueiros, quando paravam em Taquara, sempre faziam muitas loucuras. Toda a extensão da RS020 era tomada por expectadores taquarenses. Por muitas vezes, seguimos junto com eles até seu destino, São Francisco. Chegando lá, a única coisa que não queriam fazer era colher marcela, todos se reuniam em um bar no centro da cidade. Virava uma cidade sem lei, até mortes a tiro aconteceram. Hoje em dia, o policiamento é todo reforçado nesta madrugada.
Certa vez, combinei com minha namorada de subir a serra junto com o bando de milhares de motoqueiros, parar em um local da RS020, uns 10km abaixo de São Francisco onde existe um refúgio, paradouro, e fazer um churrasco madrugada a dentro. Coloquei no porta malas do LeBaron uma churrasqueira portátil, uma caixa de isopor cheia de cerveja e nos mandamos. Saímos de Taquara por volta das oito da noite, chegando ao local estava muito frio, então parei o LeBaron e comecei o fogo ao lado do dodge. Conforme os motoqueiros iam passando, viam o Dodge parado, paravam também. Eles acharam que eu tinha colocado uma banca de venda de churrasquinho e cerveja. Todos chegavam e queriam comprar espetinhos e cerveja gelada. Eu gostei da idéia e comecei a vender churrasco e cerveja. Cada vez mais motoqueiros paravam no local. Em pouco tempo o pequeno espaço do refúgio estava tomado de motoqueiros. Berravam e faziam mais algazarra que um bando de papagaios. Se tivesse me progaramado e imaginado aquilo tudo!! Perdi uma ótima oportunidade de faturar uma boa grana aquela noite.
Hoje de manhã, segunda feira 25/04, comprei uma nova churrasqueira portátil. Pretendo repetir a dose no próximo fim de semana no encontro de carros antigos de São Marcos (30/04). Vou lá para tirar algumas fotos, passar o dia de domingo olhando alguns dodges e comer um churrasquinho.
Na proxima postagem falo a respeito da minha segunda moto. Uma Yamaha RD350, ano 1974 verde. A famosa Viúva Negra.
Bom, passados alguns meses, um cliente meu comprou o LeBaron do cliente do meu pai. Sujeito bem conhecido aqui na região pelo apelido de Perinha. Este andou com o carro por algum tempo. Em uma certa madrugada o Péra vinha pela RS115, Novo Hamburgo a Taquara, e deu uma bangornada com o LeBaron na traseira de um outro carro. O estrago foi grande na frente. Quebrou todo o bico de fibra, o capô dobrou bem no meio e os dois paralamas dianteiros amassaram. Me disse o Perinha que a mira do Dodge voou uns cem metros de distância na hora do choque!
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Logo na semana em que foi comprado, desmontei a frente toda para poder ver o real estado do carro. E foi grande, tive que colocar o Ciborg. Ate as longarinas entortaram. |
Primeiro alinhei e recoloquei a frente do LeBaron toda no lugar, troquei capô e o bico de fibra. Quando fiz o motor funcionar, me apavorei com o que vi. O motor do carro parecia ser a diesel, não queimava óleo, derramava óleo pelo cano de descarga. Batia e fumava como nunca tinha visto Dodge algum fazer.
Então comecei a andar com este carro do jeito que estava, colocava óleo de caixa de câmbio no motor, hipoide 90. É nestas horas que digo que um Dodge é um tanque. Andei vários meses com óleo 90 no motor. Fazia uma fumaceira e saía um cheiro horrivel, parecia que o carro era uma grande frigideira, cheia de batata frita. Certamente ninguém queria andar atrás de mim. Pensei para mim mesmo, vou andar com este carro assim como está, até fundir o motor. Coloquei pula macacos nas velas e segui andando. Mas isto não aconteceu! O motor não fundia. Pegava bem e nos meses em que andei com ele assim, nunca me deixou na mão.
Foi bem nesta época que comecei a namorar minha esposa. Em uma das primeiras vezes que fui a casa dela, fui com este carro. Era horrivel, tinha várias cores diferentes. O capô era preto, um dos paralamas era verde e o outro branco. E aquele fedorão de óleo queimado?? Nem me fala. Bom , jantei na casa dos meus futuros sogros e lá pela meia noite resolvi ir embora. A rua em frente a casa deles, estava sendo asfaltada. Tinham feito enormes boeiros na beira da rua. Quando estava dando marcha à ré no LeBaron, caí em um destes boeiros. A cena era triste de ver!! A lateral traseira do dodge ficou acavalada no asfalto, uma roda traseira, a direita, ficou no ar dentro do boeiro. No dia em que conheci meu sogro , tive que ir pedir ajuda para tirar o carro do boeiro. Paguei um baita micão na largada!!! Depois de algumas macaqueadas tiramos o LeBaron do buraco.
Então, certo dia parei de andar com ele e comecei a reforma-lo. Motor eu tinha varios, então coloquei um outro. A lata é que deu bastante trabalho. O interior do carro era muito bom, dava gosto de ver. Era o que me animava no carro. Não sei como com aqueles relaxados, mas era ótimo. No final das contas o carro ficou lindo, o vinil ainda original e sem rasgos, fez um lindo acabamento externo.
Sei que na véspera das minhas férias o carro ficou pronto. Fiz uma praia sensacional com ele. Logo que voltei, minha então namorada Valquiria, precisava de uma carro. Ela lecionava em um colégio na cidade de Parobé e precisava ir todos os dias aquela cidade. Então, este LeBaron foi o primeiro dos três dodges que dei de presente à ela.
Usou o carro por um ano inteiro, todos os dias. Neste tempo, ela acabou achando mais cinco professoras para irem com ela, rachavam a gasolina. Imaginem a festa que essa mulherada não fazia dentro de um belo carro como o LeBaron!! Um dia me ligou meio apavorada, tinha acavalado as marchas do Dodge. A alavanca tinha ficado trancada na terceira marcha. Disse a ela que viesse até Taquara assim mesmo. A dificuldade maior seria nas arrancadas, mas queimando um pouco de embreagem, o dodge arranca em terceira razoavelmente bem. No final do ano quando ela entrou em férias já estava decidida a não voltar a lecionar no próximo. Então ficou usando o LeBaron no dia a dia.
Foi justamente nesta época em que apareceu o Vanderlei, aquele que tinha se desiludido com um Charger, e que eu comprei com a promessa de lhe arranjar um Dodge. Colocou os olhos em cima do carro e se apaixonou.
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Na semana em que a reforma foi concluída, esta é uma das primeiras fotos do LeBaron restaurado |
Passados alguns meses ele me ligou meio apavorado, tinha batido o carro em um poste de iluminação pública. Isto foi em uma sexta à noite. Me disse que tinha saido com alguns amigos e tomado uns tragos a mais, se perdeu no centro da cidade de Parobé, subiu a calçada e parou somente ao encontrar o poste.
Mandei buscar o carro com um guincho e levei para minha oficina. Um mês depois o carro estava pronto novamente. Como o Vanderlei não tinha muita grana, eu combinei com ele que faria o serviço em 4 pagamentos. Mas o Vanderlei era um cara que ganhava muito pouco, morava ainda com os pais. Foi uma dificuldade para ele conseguir me pagar o conserto. Levou oito meses! Neste meio tempo ele ficou desempregado e vendeu o LeBaron.
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Notem que não tem o chapão traseiro (Magnum/LeBaron). É o que seguidamente comento sobre acabamentos, se não for impecável, melhor não colocar. E foi o que eu fiz. |
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Placas amarelas, ainda da cidade de parobé- RS |
Algum tempo depois eu vi este dodge em um ferro velho da cidade de Novo Hamburgo, já todo picado. Foi o fim de um carro que literalmente não teve muita sorte na vida. É uma pena, pois foi uma dos melhores dodges que dirigi!
Semana passada lembrei de um fato bacana deste dodge. Aqui na nossa região tem um costume que vem de muito tempo na semana santa. Na noite da quinta feira santa para a madrugada de sexta, acontece a colheita da marcela. São milhares de motoqueiros que passam por Taquara em direção a São Francisco de Paula. Eles vem de todos os lugares. Hoje não participo mais, mas à alguns anos atrás, eu e alguns amigos ficavamos na RS020 esperando os motoqueiros passarem, isto ia madrugada a dentro até o amanhecer do dia. Taquara era um ponto de parada para quase todos eles, paravam na cidade para descansar e se abastecer de garrafões de vinho e cachaça. Brigavam, riam, faziam todo o tipo de prova com suas motos. Naquela época esta legião de motoqueiros, quando paravam em Taquara, sempre faziam muitas loucuras. Toda a extensão da RS020 era tomada por expectadores taquarenses. Por muitas vezes, seguimos junto com eles até seu destino, São Francisco. Chegando lá, a única coisa que não queriam fazer era colher marcela, todos se reuniam em um bar no centro da cidade. Virava uma cidade sem lei, até mortes a tiro aconteceram. Hoje em dia, o policiamento é todo reforçado nesta madrugada.
Certa vez, combinei com minha namorada de subir a serra junto com o bando de milhares de motoqueiros, parar em um local da RS020, uns 10km abaixo de São Francisco onde existe um refúgio, paradouro, e fazer um churrasco madrugada a dentro. Coloquei no porta malas do LeBaron uma churrasqueira portátil, uma caixa de isopor cheia de cerveja e nos mandamos. Saímos de Taquara por volta das oito da noite, chegando ao local estava muito frio, então parei o LeBaron e comecei o fogo ao lado do dodge. Conforme os motoqueiros iam passando, viam o Dodge parado, paravam também. Eles acharam que eu tinha colocado uma banca de venda de churrasquinho e cerveja. Todos chegavam e queriam comprar espetinhos e cerveja gelada. Eu gostei da idéia e comecei a vender churrasco e cerveja. Cada vez mais motoqueiros paravam no local. Em pouco tempo o pequeno espaço do refúgio estava tomado de motoqueiros. Berravam e faziam mais algazarra que um bando de papagaios. Se tivesse me progaramado e imaginado aquilo tudo!! Perdi uma ótima oportunidade de faturar uma boa grana aquela noite.
Hoje de manhã, segunda feira 25/04, comprei uma nova churrasqueira portátil. Pretendo repetir a dose no próximo fim de semana no encontro de carros antigos de São Marcos (30/04). Vou lá para tirar algumas fotos, passar o dia de domingo olhando alguns dodges e comer um churrasquinho.
Na proxima postagem falo a respeito da minha segunda moto. Uma Yamaha RD350, ano 1974 verde. A famosa Viúva Negra.